domingo, 1 de novembro de 2015

Já ouviu falar em “fóssil midiático”? Não? Espero que não conheça, mesmo!


Já ouviu falar em “fóssil midiático”? Não? Tem certeza? Fico feliz em saber que você não vê o Jornal Nacional. É, é isso, um ‘fóssil midiático’ que sobrevivia até então detonando os corações e mentes dos brasileiros desavisados. 

Digo ‘vivia’ porque, a avaliar pelo ‘despencamento’ de sua audiência, é só uma questão de tempo... Benza Deus...! Como se diz popularmente.

Salientamos este exemplo do atraso, da alienação, o JN, como ícone, mesmo, que convive com um grupo – ou seria uma corja? – de veículos de (des) comunicação irmanados no mesmo propósito de detonar os corações e mentes dos incautos e levar junto o Brasil. 

Como vê, e conhece, temos outros... (Nunca ouvi dizer que fósseis fedam... Nesses casos temos exceções).
     "A mídia brasileira está 200 anos atrasada e aqui está a explicação
No livro Vida e Morte dos Barões da Imprensa, não vertido para o português, o escritor Piers Brandon conta uma coisa interessante.

Os barões ingleses e americanos surgiram a partir de mais ou menos 1830. Até então, os jornais viviam basicamente de subsídios governamentais, e isso de alguma forma evitou o surgimento de colossos como Pulitzer e Hearst.

Até 1830, o jornalismo nos Estados Unidos e na Inglaterra, os dois países com a melhor mídia do mundo, viveu uma fase pré-capitalista.

Por essa métrica, a dos subsídios, você logo chega à conclusão de que o jornalismo brasileiro está 200 anos atrasado.

Em pleno 2015, sem o dinheiro público as grandes empresas de mídia brasileiras simplesmente não sobrevivem.

Escrevi certa vez que cada pastilha da sede da Globo foi paga pelo contribuinte, e não exagerei.

Considere as múltiplas maneiras pela qual o dinheiro público vai dar nas corporações jornalísticas.

Você tem a bilionária publicidade federal. Mesmo com audiências cadentes a Globo tem recebido 500 milhões ao ano do governo federal.

Não sei se rio ou choro quando leio a infâmia de que o DCM vive do governo. Ora, se dependêssemos do governo simplesmente não existiríamos.

A estrutura publicitária do governo é voltada para as grandes empresas. É muito mais fácil para a Globo buscar em Brasília meio bilhão ano após ano do que um site como o DCM conseguir um milésimo disso, ou até menos, com um audiência que cresce todo dia.

Não dependemos do governo – graças a Deus.

As grandes empresas sempre dependeram, e os privilégios contínuos as fizeram ser ineficientes como filhos mimados.

Não é apenas a publicidade federal que abarrota a caixa das empresas. Os governos estaduais também contribuem fortemente para o enriquecimento dos barões.

O governo de Aécio em Minas foi uma festa para a Globo, que sempre lhe deu em contrapartida tratamento vip. O governo do PSDB chega ao cúmulo de comprar milhares de assinaturas da Veja que vão dar em escolas cujos alunos sequer tiram os exemplares do envelope.

Até o papel de jornais e revistas é subsidiado. É o chamado “papel imune”. Um dinheiro que poderia construir escolas fica na Folha, na Globo, na Abril, no Estadão e por aí vai.

Jânio ficou incomodado com isso. Num pronunciamento em cadeia nacional, denunciou o mau uso do dinheiro público com o papel subsidiado pelo povo.
No programa, ele segurava uma edição dominical do Estadão.

Isso foi em 1961. Jânio logo passou, e o papel imune está ainda vivíssimo, mais de meio século depois.

O BNDES também foi sempre uma fonte de subsídio para as companhias de jornalismo. A nova gráfica da Globo foi feita com financiamento maternal do BNDES. A Abril reformou a tecnologia de seu departamento de assinaturas, poucos anos atrás, com dinheiro do BNDES.

Não bastasse todas essas coisas, há um subsídio indireto que se chama reserva de mercado.

Jornais e revistas criticaram a reserva de mercado duramente nos anos 1980. Com Collor se iniciou a abertura econômica, e a reserva de mercado desapareceu de quase todos os setores.

Mas não da imprensa.

Grandes empresas internacionais ficaram impedidas de se instalar no Brasil.
Foi bom apenas para os barões. Para a sociedade, foi um horror.

Num artigo em que defendeu a reserva, a Globo alegou que os chineses poderiam fazer propaganda comunista com os canais de tevê que porventura comprassem.

A imprensa brasileira opera num sistema pré-capitalista, como os barões americanos e ingleses dos primórdios do século 19.

Por isso é tão ruim.


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