Isso não
deveria ser novidade para ninguém que segue, mesmo minimamente, o governo do alckmin/psdb. Está nos conformes! É, faz
parte do plano que o psdb vem impetrando no Estado, que é o de sucateamento, e barateamento,
é claro, da educação – vide, agora,
o fechamento de escolas – sobretudo das universidades
publicas, já que até as pedras estão sabendo que o seu plano, e de seu partido, desde sempre é ‘doá-las’ à iniciativa
privada, de preferência a algum grupo estrangeiro.
Logo, quem
conheceu estas universidades no passado recente, pré-psdb, e vê, ou estuda hoje
na USP, Unicamp e UNESP, sabe que o projeto “vai de vento em popa”. É só uma questão de tempo, sobretudo se o eleitor
paulista – ‘tão consciente e politizado’ – conceder-lhes mais um período de
governo do Estado, além dos 20 já concedidos ao partido, para que ele consiga
seu intento.
"Navios da USP ficam 'encalhados' por falta de verba e projeto
O desafio de fazer oceanografia de
ponta sem grandes navios na USP se agravou – e não tem data para melhorar.
O histórico
navio Professor W. Besnard, parado desde 2008 após um incêndio, vai virar
sucata em breve.
Ao mesmo
tempo, a embarcação de pesquisa Alpha Crucis, comprada em 2012 por R$ 23
milhões como uma grande promessa da oceanografia latino-americana, está parada
há quase dois anos.
O mítico
Besnard, que fez diversas travessias do perigoso estreito de Drake, no sul da
América do Sul, em direção à periferia da Antártida, local da base brasileira
em reconstrução, está ancorado num canto pouco movimentado do porto de Santos.
No ano
passado, o Instituto Oceanográfico da USP aprovou a doação para o Uruguai do
navio, que custa, parado, R$ 22 mil por mês.
O preço do
traslado e da manutenção mensal do barco, porém, fez com que o país vizinho
abortasse a missão.
Nenhum dos
planos imaginados para o navio que operou de 1967 a 2008, e fez cruzeiros
memoráveis para quem participou deles, vingou.
A USP
firmou um convênio com a empresa que administra o porto de Santos para que o
Besnard fosse transformado em museu, no próprio cais do Valongo –ao lado do que
seria uma base de pesquisa da universidade.
Sem
dinheiro no cofre, o projeto não saiu. A ideia de afundar o Besnard, para que
ele virasse um recife artificial na costa paulista também esbarra na questão do
custo e está descartada.
“Nós vamos
desmontar e recuperar todos os objetos e estruturas de valor histórico do
Besnard e colocar no nosso museu [na Cidade Universitária, em São Paulo]”,
afirmou à Folha o professor Frederico Brandini, atual diretor do Instituto
Oceanográfico.
O
cientista, que esteve na primeira viagem do Besnard à Antártida em 1982, afirma
que o importante é preservar a memória do navio. “É igual quando alguém morre.
O corpo a gente enterra.”
Sobre o
futuro, o diretor do Instituto Oceanográfico está otimista. Segundo Brandini, o
Alpha Crucis deve estar de volta ao mar entre dezembro deste ano e janeiro de
2016.
Comprado
usado da Universidade do Havaí (EUA), ele está em um estaleiro do Ceará, que
ganhou a licitação, para fazer o que em tese deveria ser uma vistoria de
rotina.
Quando os
trabalhos começaram, relata Brandini, novos problemas surgiram. “É igual em
casa, quando você abre um cano às vezes não sabe direito o que tem lá.”
Os
novos reparos, além da vistoria, vão custar mais R$ 600 mil, além dos R$ 2,6
milhões orçados inicialmente.
Antes de ir
de Seattle (EUA) a Santos (SP), o Alpha Crucis passou por uma reforma completa,
paga pela USP e pela Fapesp, agência de fomento à pesquisa de São Paulo.
Desde que chegou, porém, em 2012, o
navio ficou mais tempo parado do que em viagens oceanográficas.
Tanto a
crise financeira da USP como problemas burocráticos nas licitações para a nova
vistoria colaboraram para aumentar o problema.
Foram 13
cruzeiros até agora durante 147,5 dias no mar.
As
campanhas geraram informações para vários projetos de pesquisa, segundo a
direção do Instituto Oceanográfico. Brandini, no entanto, admite que há
diversos atrasos em pesquisas científicas pelo fato de o navio estar fora de
circulação.
Eduardo Geraque – Folha de São Paulo
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