A ideia
plantada pela mídia nos corações e mentes das pessoas, à exaustão, via TV,
sobretudo, é como se tudo isso que assola todo o mundo não existisse e aquilo
que está afetando a nossa economia seria uma ação única e isolada do governo
Dilma, de alguma hipotética incompetência de seu governo, e não a inserção do
Brasil no contexto desta grande crise internacional.
Veja abaixo
o que de fato está rolando no cenário econômico internacional, quando a mídia
local como um todo tem editado e pintado como se fosse um problema local, no
sentido de inviabilizar o governo Dilma.
E o pior
é que o ‘eleitor’ está entrando de gaiato.
"Bancos estão no centro da crise
global, diz Fabio Comparato
.
.
Em evento que contou também com
o sociólogo Boaventura Sousa Santos, pensadores alertam para o enfraquecimento
da democracia e o crescimento da desigualdade, como consequências da crise.
São
Paulo – Em evento realizado ontem (28), em São Paulo, o sociólogo português
Boaventura Souza Santos, professor da Universidade de Coimbra, e o jurista
Fábio Konder Comparato, professor aposentado da Faculdade de Direito da USP,
analisaram a crise do capitalismo financeiro global que o mundo está
enfrentando atualmente.
Em
debate promovido pela Escola de Governo, com o tema 'A Crise Global
Contemporânea', os pensadores afirmam que, como consequência, a democracia
ficou fragilizada, as nações perderam autonomia e cresceu a desigualdade, como
mostra a reportagem de Caroline Campos, para o Seu Jornal, da TVT.
Comparato
enfatiza que o mundo está nas mãos dos banqueiros. Para ele, um dos principais
problemas é que os bancos só visam ao lucro, com investimentos em fundos, e,
por isso, não ajudam na distribuição da riqueza. "Antigamente eram os
industriais que davam as cartas, até no campo político e internacional. Hoje
são os banqueiros. Ora, o banco não produz nenhuma riqueza", refletiu o
jurista.
Boaventura,
por sua vez, acrescenta que essa crise global também coloca em risco a democracia,
porque o modelo atual de governo das nações é desigual na distribuição de
riqueza. "Muitos países, hoje, podem ser arruinados de um dia para o
outro, como a gente viu na Grécia, por meio de um ataque especulativo. Isso
criou uma instabilidade política extraordinária, porque a organização política
das sociedades é nacional, mas há um mercado global financeiro que controla a
política nacional", analisa o sociólogo português.
"Na
crise de 1929, os bancos, sobretudo nos EUA, pegavam os depósitos dos clientes
e aplicavam em especulação na bolsa. Quando a bolsa caiu, os clientes foram lá
para tirar o dinheiro do banco e não tinha mais. Está se fazendo a mesma coisa.
Ou seja, é o crime financeiro organizado", disse Comparato, que defendeu
como medida urgente a separação das atuações dos bancos de depósito dos bancos
de investimento.
Já
Boaventura constatou que, no Brasil, nos últimos anos, assistiu-se a um
processo importante de distribuição de riquezas, sobretudo por meio do Bolsa
Família, mas que isso se deu em um ambiente hostil. "No momento em que as
coisas se tornam mais difíceis, imediatamente, instala-se a crise",
afirmou.
Fábio
Comparato disse que o fundamental é exercer, a todo momento, a denúncia:
"É preciso mostrar a todos, sobretudo ao povão, que ele está sendo
explorado por pessoas que ele nem enxerga, e que o governo é refém dos
bancos", alertou.
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