quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Congresso libera venda e posse de armas até para “menores”. Os fabricantes precisam de ‘mercado’

Este Congresso resolveu pagar a fatura devida aos seus financiadores históricos. Acabam de retribuir o financiamento de suas campanhas pela indústria de armas – 10 dos 24 membros da Comissão foram financiados nas duas últimas eleições – revogando, e piorando, dentro da visão ou ideia de civilidade e não violência, o Estatuto do Desarmamento que coíbe venda e posse de amas.

Piorando porque além de liberar o porte irrestrito, baixou a idade que antes era de 25 para (‘crianças’) 21 anos, para a compra e posse de arma de fogo.

Os seus financiadores devem ter cobrado a fatura, com veemência, já que, pelo visto o financiamento privado das campanhas eleitorais, pelo menos oficial e legalmente, acabou.

Está mais do que provada a relação direta da posse de armas com os números da violência urbana e ao de suicídios por todo o país, que caíram drasticamente com o Estatuto do Desarmamento, em 2003.

É mais uma investida contra os diretos, de fato, da população e do país, engendrada pelos oportunistas que tentam passar suas excrescências, sob o clima de insegurança legislativa, sobretudo, que rola no país.
Comissão especial aprova revogação do Estatuto do Desarmamento
RETROCESSO CONTRA A VIDA

Comissão especial na Câmara dos Deputados aprovou a revogação do Estatuto do Desarmamento, que afrouxa as regras para compra e posse de armas de fogo.

O retrocesso é gigantesco. Se for aprovado no Senado, o projeto autoriza a posse de até 9 armas de fogo por pessoa, amplia o limite de munição para até 600 balas por arma ao ano (quem precisa de tudo isso para "se defender"?), reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para aquisição de armamentos, libera sua propaganda em qualquer veículo de comunicação e impede o controle da arma ao longo do tempo, fundamental para saber se ela não caiu nas mãos da criminalidade, ao derrubar a exigência de renovação do registro da arma, hoje obrigatório a cada três anos.

Ao menos 10 dos 24 parlamentares membros da Comissão receberam doações de campanha oriundas da indústria armamentícia nas duas últimas eleições. Todas as estatísticas demonstram redução na evolução das mortes por armas de fogo após a entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, em 2004. Nos Estados onde o Estatuto foi levado a sério, o impacto foi extremamente positivo na redução da violência e das mortes ao longo desses 11 anos. De acordo com o relatório do Mapa da Violência, que computa o número de assassinatos no Brasil, 160 mil mortes foram evitadas pelo estatuto entre 2004 e 20014.

É fundamental que esse atraso seja barrado no Senado. Toda mobilização nesse sentido será extremamente bem-vinda.


Leia mais, e veja se o candidato ou partido em que votou nas últimas eleições endossa esta insanidade, aqui.

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