terça-feira, 29 de setembro de 2015

Folha ironiza, e justifica glamourosamente, os voos de aécio em avião oficial

A Folha na figura de seu ‘dono’, o Frias, é coerente com esta minimização do delito real do ex-governador de Minas, Aécio, legislando em causa própria e colocando um bem público a seu serviço particular, que, com certeza, não tinha qualquer relação com alguma hipotética ação governamental.

Pelo visto o dito cujo, o Aécio, nunca se mudou, de fato, das plagas cariocas, embora, é lógico, tenha mantido o seu domicilio eleitoral em Minas, por uma questão pratica, é óbvio.

A sua semana, ou melhor o seu fim de semana, praieiro, no ‘goró’, inclusive, o que ilustra a multa por dirigir embriagado e com carteira vencida, atesta que o seu governo, se é que possa me expressar assim, foi de, no duro, dois dias na semana, já que voltando na segunda, provavelmente, e indo embora na quinta, é o que sobra da semana para o seu exercício como governador do Estado de Minas.

A Folha, honrando os seus prováveis proventos psdbistas – os tempos andam bicudos para a mídia em geral – se saiu com esta, onde, de lambuja, ainda dá um conotação principesca ao 'direito' do áecio no uso da coisa pública ao compará-lo a um príncipe inglês e futuro rei, diga-se de passagem!

"Folha ironiza os voos de aécio em avião oficial
O jornal ‘Folha de S. Paulo’ ironiza as 124 viagens do tucano Aécio Neves em avião oficial. A publicação de Otavio Frias compara o caso às escapadas do que seria o futuro Edward 7º, rei da Inglaterra entre 1901 e 1910. Leia o editorial:

Oscilando entre a vulgaridade confessa e a sugestão picante, uma copiosa literatura de entretenimento se produz na Grã-Bretanha em torno da vida íntima da casa real; Embora feitas em avião oficial, o fato é que não se registraram justificativas de Estado para tanta movimentação. Decreto assinado pelo próprio Aécio Neves permitiu seu acesso a aeronaves públicas em deslocamentos pessoais, "por questões de segurança".

Não será fora de propósito, em todo caso, invocar o antigo mote da mais alta condecoração britânica, a Ordem da Jarreteira: "honni soit qui mal y pense". Abominado seja quem pensar mal de tudo isso. Os ingleses entendem do assunto.

A curiosidade e a titilação não se limitam aos atuais herdeiros do trono – estando a rainha Elizabeth 2ª, pelo que se sabe, acima de pecadilhos mundanos –, mas também a figuras do passado.

Um típico exemplar do gênero, de autoria de Stephen Clarke, dedicou-se recentemente às não muito discretas escapadas daquele que seria o futuro Edward 7º, rei da Inglaterra entre 1901 e 1910.

Submetido ao controle rigoroso de sua mãe, a rainha Vitória, o jovem Albert Edward encontrou maneiras de entregar-se a movimentados, e não propriamente discretos, lazeres em Paris.

A crônica histórica tende a tratá-lo, hoje, com falaciosa indulgência – a que se pode acrescentar uma dose de diplomacia, uma pitada de geopolítica. As sendas de uma produtiva "entente" entre França e Inglaterra puderam abrir-se, em parte, graças à desenvoltura do membro da realeza nos estabelecimentos alegres da cidade luz.

As relações entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, sem dúvida, não se mostram tão tensas como as que marcaram França e Reino Unido ao longo da história. No papel de governador de Minas, e de herdeiro reluzente nas ordens do tucanato, o atual senador Aécio Neves aprimorou com garbo, mesmo assim, os contatos interestaduais.

Foram 124 viagens suas ao Rio de Janeiro, nos sete anos e três meses em que foi governador (2003-2010), a maioria delas entre quinta-feira e domingo. Partissem os voos do aeroporto de Cláudio, ao menos Aécio teria tirado aquela obra, construída com dinheiro público em terras familiares, do triste abandono em que se encontra.

Embora feitas em avião oficial, o fato é que não se registraram justificativas de Estado para tanta movimentação. Decreto assinado pelo próprio Aécio Neves permitiu seu acesso a aeronaves públicas em deslocamentos pessoais, "por questões de segurança".

Não será fora de propósito, em todo caso, invocar o antigo mote da mais alta condecoração britânica, a Ordem da Jarreteira: "honni soit qui mal y pense". Abominado seja quem pensar mal de tudo isso. Os ingleses entendem do assunto.

 No 247

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