domingo, 21 de dezembro de 2014

Jornal Estado de Minas assume Aécio de vez e censura jornalista, que pede demissão



O “Estado de Minas” é tradicionalmente um jornal oficioso, tendo inclusive o episódio pitoresco, quando o Governador Nilton Cardoso – 1º de janeiro de 1987 até 31 de dezembro de 1991 – recusou sua subserviência, pois tinha um projeto próprio em lançamento à época de um jornal seu, o “Hoje em Dia”, atualmente “Diário de Minas”. Esta é a história do tradicional jornal mineiro que teve nesta ocasião sua experiência de oposição, já que sempre esteve alinhado com o inquilino de plantão no “Palácio da Liberdade”.

"O editor de Cultura do jornal Estado de Minas, João Paulo Cunha, pediu demissão na última terça-feira 16 após ser avisado pela direção do jornal de que não poderia escrever mais sobre política na coluna que assinava semanalmente no caderno Pensar.

Coincidentemente, a ordem da direção do veículo surgiu após Cunha escrever um artigo em que critica os partidos que aderiram à agenda política que “tenta inviabilizar a sequencia do processo democrático”, em vez de fazer uma “oposição responsável”. Filósofo, psicólogo, pedagogo e jornalista, João Paulo Cunha tem 25 anos de jornalismo, sendo que há 18 anos estava no tradicional jornal mineiro.

A demissão dele aconteceu após uma conversa com diretoria do jornal. Por considerar a atitude uma manifestação de censura sobre o seu trabalho, o jornalista não aceitou continuar no cargo e pediu demissão. Na opinião de Cunha, a censura ocorreu por ele discordar da linha editorial, com “nítido direcionamento que favorece Aécio Neves”, senador mineiro do PSDB que perdeu a eleição presidencial.

“Acho inadmissível que um jornal censure seus profissionais. Ao censurar a imprensa ou o jornalista, você está tirando dele o mais importante, que é a liberdade de expressão e a possibilidade de trazer várias visões de mundo”, afirmou o jornalista ao jornal Brasil de Fato. Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais lamentou a saída do profissional e afirmou que João Paulo Cunha é “mais uma vítima da censura que impera nos grandes meios de comunicação e grassa em Minas Gerais”.

Leia a íntegra da última coluna de João Paulo Cunha: aqui

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