O “Estado
de Minas” é tradicionalmente um jornal oficioso, tendo inclusive o episódio pitoresco,
quando o Governador Nilton Cardoso – 1º de janeiro de 1987 até 31 de dezembro
de 1991 – recusou sua subserviência, pois tinha um projeto próprio em
lançamento à época de um jornal seu, o “Hoje em Dia”, atualmente “Diário de
Minas”. Esta é a história do tradicional jornal mineiro que teve nesta ocasião
sua experiência de oposição, já que sempre esteve alinhado com o inquilino de
plantão no “Palácio da Liberdade”.
"O editor
de Cultura do jornal Estado de Minas,
João Paulo Cunha, pediu demissão na última terça-feira 16 após ser avisado pela
direção do jornal de que não poderia escrever mais sobre política na coluna que
assinava semanalmente no caderno Pensar.
Coincidentemente,
a ordem da direção do veículo surgiu após Cunha escrever um artigo em que
critica os partidos que aderiram à agenda política que “tenta inviabilizar a sequencia
do processo democrático”, em vez de fazer uma “oposição responsável”. Filósofo,
psicólogo, pedagogo e jornalista, João Paulo Cunha tem 25 anos de jornalismo,
sendo que há 18 anos estava no tradicional jornal mineiro.
A
demissão dele aconteceu após uma conversa com diretoria do jornal. Por considerar
a atitude uma manifestação de censura sobre o seu trabalho, o jornalista não
aceitou continuar no cargo e pediu demissão. Na opinião de Cunha, a censura
ocorreu por ele discordar da linha editorial, com “nítido direcionamento que
favorece Aécio Neves”, senador mineiro do PSDB que perdeu a eleição
presidencial.
“Acho inadmissível
que um jornal censure seus profissionais. Ao censurar a imprensa ou o
jornalista, você está tirando dele o mais importante, que é a liberdade de
expressão e a possibilidade de trazer várias visões de mundo”, afirmou o
jornalista ao jornal Brasil de Fato. Em
nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais lamentou a saída
do profissional e afirmou que João Paulo Cunha é “mais uma vítima da censura que
impera nos grandes meios de comunicação e grassa em Minas Gerais”.
Leia a
íntegra da última coluna de João Paulo Cunha: aqui
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