“Vou pedir demissão não”, escreveu Fábio no Facebook. Aos 51 anos, sete menos que Marina, Fábio tem um bom cargo no governo do petista de Tião Viana, no Acre. Poucos dias antes, também no Facebook, um líder petista no Acre perguntara a Fábio se ele não ia largar o “empregão” num partido que, segundo sua mulher, é “chavista” e foi vital no processo de negação de registro para a Rede de Sustentabilidade.
Pragmaticamente, Fábio disse que fica. E programaticamente alegou que o PT no Acre é ainda “sonhador”, ao contrário do PT nacional.
É um episódio quase anedótico, mas que cresce em importância nas revelações que traz com ele. Primeiro, mostra como é difícil separar o programatismo do pragmatismo, por mais que no plano da retórica Marina venha fazendo portentosos esforços nisso.
Segundo, leva a uma pergunta: como a grande mídia pôde ser tão incompetente num assunto que, afinal, está ligado às eleições presidenciais de 2014?
Jornais, revistas, telejornais, rádios, tudo isso com exércitos copiosos de repórteres e editores – ninguém deu a informação de que o marido de Marina trabalha no PT. A origem da notícia está no Facebook.
A imprensa local deu primeiro, já há alguns dias. O paradoxo da família permaneceu ignorado da grande mídia, até que uma notinha apareceu. Num comportamento bovino, todo mundo correu atrás – com notável lentidão.
Enfim, esta é a nossa grande mídia, aspas.
Nos
próximos dias, vai ser curioso ver a explicação que Marina dá entre
programatismo e pragmatismo quando se trata de seu próprio lar. (por Paulo Nogueira)
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