É
uma reflexão interessante e oportuna. E o pior é que em grande parte esta
crueldade contra as mulheres é obra e graça da “língua” das próprias mulheres.
Não sei se por inveja ou por achar engraçado agir e/ou pensar machistamente,
coisas que nem os homens, em sua maioria, se permitem, mas, o fato é que é um
horror, mesmo, ser mulher, assim. Pelo visto, os homens costumam ser mais
solidários, como gênero.
Esse não é um texto partidário. Não. Não é. Votei e voto de novo na Dilma Roussef, mas o assunto aqui é outro. É o machismo mesmo. Um jornal teve uma idéia incrível: chamar um cirurgião plástico para analisar a cara de cansada da Dilma.
Há semanas, outra publicação teve uma idéia genial:
analisar quanto a presidenta gasta com maquiagem e cabelo agora que existe uma
crise política no Brasil e ela precisa fazer muitos pronunciamentos na TV.
Pára já! Pode parar. Pessoas ao meu lado já falaram:
“ela anda acabada e com cara de cansada”. Bem, se a presidenta não estivesse
com cara de cansada ela não seria humana. E que coisa terrível ser mulher por
essas bandas, não? Você não pode nem ter cara de cansada em paz que logo é
xingada de acabada. Mulher tem que estar sempre impecável. Que prisão! Que
chatice.
Ok. Mas já que mulher tem sempre que estar
impecável, a presidenta tem que gastar uma puta grana com “beleza”. E não pode.
Não, de jeito nenhum. “Com os nossos impostos!”, grita a mesma pessoa que havia
acabado de falar que Dilma estava com cara de acabada.
Ser mulher por essas terras é um inferno, não
consigo parar de pensar, quando lembro que, no auge da crise, a tag: “arrume um
namorado para a Dilma” fez sucesso no twitter.
Mulher não pode ficar cansada. E, claro, precisa de
um macho. Não basta ser a primeira presidenta de um país do tamanho do
Brasil. Tem que ser linda e ter um homem. Macho acalma, pensam os machistas mais
ogros. E um monte de gente, incluindo meninas, sai falando isso por aí sem
pensar.
Lembro de um amigo que me disse uma vez que se fosse
mulher no BRASIL se matava. Não, não vamos nos matar, mas que é horrível, oh,
Simone, isso é. (De Nina
Lemos)
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