domingo, 13 de maio de 2012

Muitos escravos eram remunerados

É uma entrevista feita com a historiadora Leila Mezan Algranti, da Universidade Estadual de Campinas, falando sobre o sistema escravista e suas peculiaridades o que explica a grande complexidade desse sistema colonial, como o fato de diferenças significativas entre as relações senhor/escravo no campo e nas cidades.
Quitandeiras da Lapa, de Henry Chamberlain - 1819/1820
Em entrevista a Fred Furtado, Algranti conta que o aspecto mais enfatizado pelos historiadores em relação à diferença da vida dos escravos do campo e da cidade é a maior liberdade de movimento dos negros dos centros urbanos. Eles passavam grande parte do dia longe da fiscalização dos senhores e dos feitores.

Isso acontecia porque circulavam pela cidade realizando diversas atividades, muitas das quais remuneradas. Esse sistema era chamado de trabalho ao ganho, no qual o senhor estabelecia um valor que deveria lhe ser entregue ao fim do dia ou da semana pelo escravo e este o obtinha realizando serviços para outros.

Segundo Algranti, o trabalho ao ganho era uma forma de o senhor ter uma renda, mas ele não tinha como controlar o total de dinheiro que o escravo conseguia com seu trabalho. Isso permitia que o escravo guardasse parte do ganho para si e pudesse comprar bens ou até sua própria liberdade.

A historiadora fala ainda da dificuldade de acúmulo de capital pelos escravos por meio desse sistema, da ausência de um padrão nas relações estabelecidas entre senhores e escravos e de outros sistemas similares ao trabalho ao ganho.

Você pode conferir a entrevista, na íntegra, em PDF: Entre o cativeiro e a liberdade ou ouvir o Podcast na página do Ciência Hoje.

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