segunda-feira, 14 de maio de 2012

Londres promove “limpeza” retirando pobres das áreas dos jogos

Como vê, são práticas que seriam típicas de “países subdesenvolvidos”, ou seja, usar um recurso simples e fácil para  maquiar a cara do país, no caso, a cidade de Londres, para manter a aura de civilizados e ricos, jogando o lixo econômico e social para baixo do tapete, ou para bem longe das vistas dos visitantes e turistas.

Faltam pouco mais de dois meses para o início da Olimpíada de Londres. A tocha, que já foi acesa na Grécia, vai percorrer o mundo e circular pelas ruas da capital britânica até acender a pira no Parque Olímpico de Stratford, zona leste da cidade. 

Dentro do estádio, 80.000 pessoas vão vibrar com a cerimônia de abertura enquanto, do lado de fora, moradores, ex-moradores e ativistas vão denunciar a “limpeza” da área, uma das mais empobrecidas do país, feita à base de políticas agressivas de coerção e remoção de pessoas em favor do “benefício econômico”.

Dois exemplos recentes, retratados pelo jornal britânico The Guardian e pela rede estatal BBC, mostram como políticas públicas, aliadas à especulação imobiliária, desfiguraram a zona leste de Londres. O primeiro revelou os efeitos perniciosos da criação de “zonas de dispersão”, com o intuito de facilitar abordagens e remoção de pessoas com “comportamento anti-social” da área do Parque Olímpico. O segundo expôs a alta dos aluguéis na região e o conseqüente aumento no número de despejos praticados por proprietários ávidos pelo “dinheiro olímpico”.


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