A manutenção do Ministro Jobim no governo Dilma e a compra dos caças

O Ministro da Defesa Nelson Jobim despertou desconfiança em muita gente que festeja a política de não alinhamento automático com os EUA, do governo Lula, que prevaleceu nos governos anteriores, quando voltou a assinar um acordo de cooperação militar com os EUA, rompido no Governo Médici, exatamente para conter excessos de intervenção daquele país.

As desconfianças se confirmaram com a divulgação pelo Wikeleaks, de uma conversa deste com o embaixador dos EUA, onde criticava a política externa brasileira, chegando a afirmar que o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não gostava dos EUA. No documento divulgado, o Jobim seria uma liderança política confiável, segundo o embaixador.

Se já era final do governo Lula e não seria interessante “fazer mareta” em época de eleições, a confirmação do Jobim no cargo, pela Dilma, deixou á todos surpreso. Talvez ela queira aproveitar os contatos  e sua experiência nas negociações feitas no governo Lula para agilizar o processo.

A compra dos caças Rafale, da França, que tudo indica ser a melhor opção para os planos de defesa do Brasil, não só pela qualidade do equipamento, mas pela garantia de transferência de tecnologia, o que o equivalente norte-americano não garante, não estaria ameaçada por esta visível “predileção” do Ministro pelos EUA?

Não que ele tenha autonomia para decidir, mas, se fosse um zero à esquerda não estaria no cargo. Entretanto, a mídia majoritariamente pró-Estados Unidos, já festeja veladamente, pois, a opção pelos caças franceses, com a transferência de tecnologia e com acordos militares feitos pelo governo Lula, jogaria uma “pá de cal” nas pretensões dos EUA de voltarem a ditar regras por aqui.

É isso, o lance agora é esperar pra ver.

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