Como explica o texto abaixo, a opção da Dilma em ser chamada de presidenta é pessoal, gramaticalmente correta, e tem um viés ideologico que tem tudo a ver com o seu propósito de fazer um governo efetivamente feminino e com enfâse na defesa da mulher como tal, mesmo em uma função tradicionalmente masculina. Certa oposição contrariada, tenta contrariar a presidenta tratando-a por presidente Dilma, em uma atitude - como poderímos dizer? - adolescil e inconsequênte.
Portanto, o termo “presidenta”, adotado por Dilma Rousseff para designar a si mesma, é aceito pelos dois principais dicionários de língua portuguesa. “Presidenta” aparece como verbete nos dois dicionários imediatamente acima da palavra “presidente”. Assim, em que pese a indignação de alguns supostos jardineiros zelosos da “última flor do Lácio” (foi assim que o poeta Olavo Bilac chamou a nossa língua pátria em um de seus poemas), o termo não é incorreto. E o verbete não foi incluído nos dicionários de última hora, para agradar a recém-empossada. A palavra está no Houaiss e no Aurélio desde muito antes de Dilma virar o projeto sucessório do ex-presidente Lula. Quem usar o termo, ao contrário do que pensam os indignados, não é ignorante. Quem discordar, que fique “doente” com a opção gramatical de Dilma. Nos dois casos, porém, um aviso: se forem mulheres, não poderão ser chamadas de “ignorantas”, nem vão poder ficar “doentas”. Esses, de fato, são adjetivos comuns de gênero.Continue lendo...
Ao optar por “presidenta”, o que Dilma queria era reforçar com o termo a sua condição feminina, de primeira mulher a exercer o principal cargo político na história do país. Para ela, optar pela ideia de que a palavra não tinha flexão de gênero passava uma sensação de que era, Dilma, uma estranha num universo masculino, a ocupante clandestina de um posto que até a língua portuguesa reservava unicamente aos homens.
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