Veja trecho da entrevista do deputado federal Gabriel Chalita, amigo do Geraldo Alckmin recém eleito – 2ª maior votação em São Paulo – ao jornal Folha de São Paulo, dia 05/10/2010, sobre a atuação da Igreja Católica na questão da sugestão do voto contra a Dilma, a pretexto de combater hipotéticas inclinações da candidata a favor do aborto.
(...)
Como o sr. avalia a polêmica em torno da posição de Dilma Rousseff sobre o aborto?
A crítica é boa quando baseada em fatos. Mas essa tentativa de desconstruir pessoas com boatos é muito ruim. Dilma nunca disse ser a favor do aborto. Ela se posicionou, abordando o tema como uma questão de saúde pública. Eu particularmente sou contra. Mas a questão central nesse caso é a boataria. Isso aconteceu com o Lula, em 2002. Diziam que ele ia mudar as cores da bandeira e fechar igrejas.
O Sr. tem uma relação muito forte com a ala carismática da Igreja Católica. Vai se empenhar para desmistificar esses boatos entre os religiosos?
Me empenharei pessoalmente nisso. Não é só uma defesa da Dilma, mas da maturidade no debate político.
O Sr. acha que a Igreja contribui para o debate político?
Contribui, mas quando não usa a instituição para influenciar o voto. É importante que a Igreja promova o debate, para que os fiéis saibam como pensam os candidatos. Mas o Estado é laico e acho que ele tem que ser laico. Ninguem ouviu o cardeal de São Paulo [Dom Odilo Scherer] ou o Arcebispo do Rio de Janeiro [Dom Orani João Tempesta], declarando votos. Eles foram prudentes.
(...)
O Sr. Gabriel Chalita não estudou hermenêutica, ou se estudou, se esqueceu de como interpretar os fatos. A tentativa de adqurir um poder semelhante a Hugo Chavez, dominando a imprensa, tentando controlar empresas privadas, é evidente. Homossexuais passam a ter privilégios. O aborto é bandeira do PT há muito tempo. Estaremos em rota de colisão com a democracia, se Dilma vencer esta eleição.
ResponderExcluirOlá Mateus!
ResponderExcluirNem todas as suas afirmações são confirmadas pelos fatos. Não vou entrar nos méritos da capacidade do Gabriel Chalita para interpretar os fatos. Mas, a afirmação sobre as tentativas do governo de controlar a mídia, está fazendo seu um discurso que é dela – da mídia – que reina absoluta no país, que ainda é um dos poucos ditos democráticos que não tem uma legislação de regulamentação, pois, não existe nenhum poder que esteja acima da lei ou dos poderes constituídos, como parece querer a mídia que, de “4º poder”, frequentemente se arvora a agir como se primeiro fosse, haja vista a Rede Globo, por exemplo, que age como se os seus controladores fossem seus donos de fato, quando se sabe que não passa de uma concessão pública, com deveres e/ou obrigações legais, que vem ignorando solenemente, sem que nada lhe aconteça, inclusive com a venda de participação e controle – parcial ou não – a grupos de comunicação estrangeiros em franca atitude inconstitucional, e tem passado batido por ocasião da renovação periódica da concessão, que é uma atribuição, diga-se de passagem, do Presidente da República.
Por falar em Hugo Chaves, a não renovação da concessão do tal canal de TV, quando a mídia local fez um grande alarde, foi uma atribuição legal do governo, o que de resto é comum em qualquer país como, por exemplo, ocorreu na mesma ocasião da não renovação da licença do canal venezuelano que orquestrou um golpe de Estado contra um governo eleito legalmente, logo, candidatando-se a ilegalidade, já que trabalhou contra as instituições do pais, a França “cassou” a concessão de 2 canais franceses por não agirem conforme a legislação vigente e a mídia local, simplesmente ignorou, por motivos óbvios.
Quanto ao direito das minorias e o aborto – que sou contra, o aborto – é mais uma questão de políticas públicas, que não dependem da vontade de um governante, por mais que, hipoteticamente, tenha lá suas idiossincrasias e ou preferencias pessoais. Afinal vivemos em um país democrático, com instituições fortes e que são garantia de que ninguém vai “chutar o pau da barraca” como já fizeram “n” vezes neste país, inclusive com o apoio não só formal, mas logístico, dessa mídia que defende e se diz, hoje, democrática e defensora da liberdade de expressão. De quem?