CNBB, dissimulou em nota na defesa de Dilma, mas libera bispos e padres para o ataque

É lamentável que autoridades do nível da cúpula da Igreja Católica local, usem de artifícios como os que vem utilizando para dissimular suas reais intenções no que se refere as eleições e as falsas acusações à candidata Dilma Rousseff sobre o aborto, abusando da boa fé das pessoas e “gastando” a sua credibilidade, até agora, pelo menos para mim, incontestável.

A CNBB agiu de forma dissimulada em nota oficial, quando condenou a companha difamatória sobre o aborto contra a Dilma por representantes da Igreja Católica, provavelmente para tentar acalmar, como a própria nota afirma:"...que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se afastarem de nossas comunidades e paróquias", e não por convicção e respeito à democracia e ao processo democrático eleitoral de um Estado Laico, e muito menos ao livre arbítrio e consciência pessoal dos fiéis, tratando-os como incapazes, senão como idiotas mesmo, já que seriam refratários aos ensinamentos sobre os princípios cristãos e necessitariam de uma orientação explícita político-partidária, nomeando a candidata Dilma, quando se sabe que o candidato Serra, quando Ministro da Saúde no governo do Fernando Henrique, regulamentou procedimentos de aborto no SUS, contrario aos alegados princípios católicos e cristãos como atesta documentos oficiais que pode conferir no artigo: Serra aprovou abortos quando Ministro da Saúde/FHC, bem como no vídeo onde o Pe. Léo, da canção Nova, critica o José Serra e o Fernando Henrique Cardoso, por aprovarem o aborto, em 1998, que você vê no link: Pe. Léo criticando o Serra por aprovar o aborto.

Logo, a pregação contra a Dilma não tem qualquer sentido, já que se fundamenta em especulações hipotéticas sobre intenções da candidata, se governo, quando já existem fatos que comprovam quem verdadeiramente agiu contra à vida e os princípios cristãos como prega a igreja.

Se em um 1º turno haveria, mesmo que hipoteticamente, a possibilidade de favorecer uma candidata evangélica que, em nenhum momento assumiu qualquer posição concreta contra o aborto, no 2º turno a continuidade da campanha difamatória é um apelo obvio ao voto no candidato do PSDB, José Serra que, paradoxalmente, é o único que já tem serviços prestados à causa do aborto.

Então, o que, de fato se esconde por trás da campanha contra a Dilma?

No Evangelho, a referencia a “ovelhas”, com certeza não quer dizer o que normalmente se entende por isto, um pessoa passiva, sem vontade própria e sem qualquer discernimento, mas, é o que parece considerar os pastores de hoje, não só católicos, quando não confiam em suas próprias pregações diárias de evangelização e conscientização dos fiéis, e teem que dar-lhes “ a cola” para que votem “corretamente”.

Este artigo está sendo feito depois que uma entrevista do presidente da CNBB, à Agência Brasil,(08/10/2010), disse literalmente que a entidade não teem qualquer ascendência sobre bispos e padres, alegando que não existe hierarquia, (?) e que eles são livres para pregarem o que quiserem e como quiserem nas eleições, e que não seriam “punidos” por isso.

É bom que fique claro, que sou contra o aborto e, desde que temos blogs já escrevemos inúmeros artigos neste sentido, participamos de debates onde se discutia o aborto na universidade, e não mudamos de opinião. Continuaremos a lutar contra o aborto, na medida de nossas possibilidades, mas, o que vemos a igreja fazer hoje, ou nestas eleições, não é a mesma coisa, pelo menos não parece.

É uma postura conservadora, contra um governo – desde a primeira eleição do presidente Lula – que tem primado, pela primeira vez na história deste país, na defesa dos menos favorecidos, e trazendo à contemporaneidade, grande parte da população que sempre viveu em um país à parte, de pobreza e abandono por governos sucessivos.

Resgatar da miséria, do abandono e trazer a justiça social e a dignidade é, tambem, defender à vida, é salvar vida. E é o que vem fazendo o governo atual, e que qualquer brasileiro que se sinta como tal deve querer que continue, e não o retrocesso de uma política que já esteve no poder por 8 anos e que ignorou solenemente os outros brasis. É o que o candidato José Serra representa.