sábado, 23 de janeiro de 2010

A “intervenção”dos EUA no Haiti, vai além do aspecto humanitário

Um aniversário de mandato difícil, com pressões de todos os lados, o Barak Obama é salvo pelo gongo, digo, pelo terremoto no Haiti. O "desastre" no Haiti caiu como uma luva. Nem que tivesse sido feito por encomenda seria tão perfeito.

Com uma ação a toque de caixa, privilegiando o caráter militar, criando inclusive “choques” com a Itália, Brasil e França, além de outros países, que tiveram seus aviões com viveres, medicamentos e água, impedidos de pousar no aeroporto ocupado pelos soldados norte-americanos, a oportunidade e a ação acabaram por gerar efeitos positivos na opinião pública de seu país. A julgar pelas reclamações dos outros países, para os EUA, a “segurança” - de quem? - é mais importante que salvar vidas. Leia: “Médicos Sem Fronteiras acusam EUA por atrasos na ajuda ao Haiti”.

Não é a primeira vez que os EUA desembarcam, sem cerimônias, no Haiti. Em 1919, com Woodrou Wilson, a ocupação durou 19 anos; em 1994, com o Bil Clinton e, novamente em 2004. É a oportunidade do Barak Obama continuar com a sua promessa de campanha, feita em discurso em Miami - quando ainda era candidato a candidato pelo partido Democrata, de resgatar a "importancia" dos EUA na America Latina, que o Bush teria perdido, segundo ele.

Leia:Bases militares na Colômbia e Paraguai. A política de boa vizinhança do “simpático” Obama.

Pelo histórico e pelas intenções confessas, nada garante que a “intervenção” desta vez vá gerar bons frutos para o povo haitiano – o governo dos EUA já declarou que chegou para ficar –, a considerar o histórico dessa relação, o futuro é previsível, embora, as necessidades do Barak Obama de melhorar a sua imagem com o público doméstico e internacional possa dar rumo diferenciado desta vez. O problema é o velho cacoete de se considerar um misto de xerife e “salvador” do mundo, e continuar achando - e agindo - como se o restante da América fosse um quintal particular.

Fonte: Le Monde

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2 comentários:

  1. Não bastasse isso, houve ontem a expulsão de jornalistas de Porto Príncipe...
    Desconfio das intenções humanitárias dos Estados Unidos...

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  2. É como falou, com um cenário desses, temos tudo para desconfiar das intenções dos EUA, pois, enquanto os outros países se preocupam em assistir às necessidades da população, eles estão ocupando espaços, pelo visto, visando seus próprios interesses estratégicos no país e na região.

    Um abraço

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