É interessante que “toda” mulher seja loira. É
sei, pode ser moda, mas toda moda muda, se recicla, mas esta é permanente.
Estive pensando que talvez reflita mais do que uma
opção estética e traga enrustida, embora não de todo consciente, algum
sentimento de negação racial ou coisa do gênero*.
Ou seja, uma tentativa de provar para si mesmo e
para os outros a sua distância com um passado que teria um pé na África e/ou na
floresta.
Ultimamente vem ficando mais evidente, mais claro,
uma negação da própria nacionalidade, também porque esta traria inevitavelmente
uma associação com aquilo a que nos referimos no parágrafo anterior.
As filas nos consulados e embaixadas na busca por
uma dupla cidadania é longa. E tem gente que já conseguiu, e que já se refere a
ela como se fosse seu país de origem.
Aquilo que o voto de tantos acabou por nos
trazer..., um Brasil assim, agora, tende a acentuar este sentimento de
vergonha, de não aceitação de si mesmo, de sua própria origem, de nacionalidade.
Temos o episódio do vice-presidente da República,
um general, o Mourão, que fez declarações radicais altamente depreciativas
sobre negros e índios [não deve usar espelhos com frequência], e que diante das
reações acabou por se retratar e ter que admitir ter um pé na África e outro na
floresta.
Entretanto, continua como é, pois em um
desembarque se referiu ao neto como tipo escandinavo, sem que nenhuma pergunta lhe
tivesse sido feita.
Temos, também, o caso, da ditadora, golpista da
Bolívia, que do nada se saiu com essa tirada. A imagem que ilustra acima.
Como vê, o processo de alienação daquilo que fomos
vítimas aqui [continuamos via meios de comunicação televisivos], no “sul”
deixou-nos este legado.
A negação do negro por aqui só não é pior do que
no país modelo, os EUA, mas se aprendeu, e se aprende bem as lições vindas via
TVs no cotidiano.
A saída é refletir e crescer em consciência, e como
se diz popularmente, “dar um trato na
mulera”, para superar tudo isso e se assumir como tal.
*O homem não
faz a mesma coisa porque, ainda, deve pegar mal.
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