Para
completar a “cara politico-ideológica” do trump
(eua), só faltava a censura à informação,
aos livros, mais especificamente.
A
avaliar pelo ‘andar da carruagem’ por aqui, é só esperar... Sobretudo porque o “por
aqui” tem matriz e direção externa, mais precisamente por lá, onde o trump anda
fazendo das suas... A turma daqui “é um monte” de paus mandados... Logo...
(só
pra lembrar: o voto costuma ser um ‘artifício’
interessante para evitar este tipo de coisas...).
"Lobby conservador barra livros nos Estados Unidos
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - Quando ameaçou
barrar a publicação de um livro recente que retrata sua Casa Branca como um
circo de idiotas, o presidente Donald Trump estava em total sintonia com uma
onda de censura que vem abalando o hábito de ler nos Estados Unidos.
Das dez publicações na mira de grupos
conservadores descontentes com obras sobre minorias religiosas, étnicas e
sexuais, cinco chegaram a ser removidas de bibliotecas e escolas do país em
2017, o maior índice registrado em tempos recentes.
Esse dado alarmante será alvo de um relatório que
a Associação Americana de Bibliotecas vai publicar em abril, ao lado de uma
lista das dez obras mais perseguidas no primeiro ano de Trump -"Fogo e
Fúria", o livro de Michael Wolff que desanca o presidente, deve estar
nela.
Uma população mais vulnerável, porém, sofre de
outra forma os efeitos de uma censura silenciosa. Os 2,3 milhões de detentos em
prisões americanas têm cada vez menos acesso a livros.
Nas últimas semanas, vieram à tona notícias de
obras vetadas, entre elas best-sellers, dicionários e clássicos da literatura,
em presídios de Nova York, Nova Jersey, Texas, Carolina do Norte e Flórida.
Grupos de defesa dos direitos humanos dizem que há restrições a livros
específicos em pelo menos 40 dos 50 Estados americanos.
Não há uma relação oficial de obras banidas nem
critérios claros que levariam à proibição de um título. Em geral, presídios
alegam questões de segurança para vetar um volume -por exemplo, livros que
ensinem a destrancar fechaduras, construir bombas e até manuais de luta e artes
marciais.
Mas outra tendência chama a atenção. Uma série de
vetos recentes passam longe de preocupações com a prevenção de fugas ou
rebeliões nos presídios e têm como base motivos ideológicos, em especial as
questões raciais.
"Vivemos em tempos de censura cada vez
maior", diz James LaRue, chefe do setor que monitora livros banidos dentro
da Associação Americana de Bibliotecas. "Livros escritos por minorias são
os mais perseguidos."
No centro da discussão está "The New Jim
Crow", de Michelle Alexander, sobre distorções do sistema jurídico e
prisional americano que fazem dos negros um contingente desproporcional da
população carcerária -eles são detidos com frequência cinco vezes maior do que
os brancos nos EUA.
Vetada e depois liberada em Nova Jersey, a obra
continua proibida aos presos da Flórida e da Carolina do Norte. Um porta-voz
dos presídios desse último Estado disse que o livro foi banido porque pode
"provocar confrontos entre grupos raciais".
"Autoridades em alguns presídios estão
determinadas a manter as pessoas que trancam em jaulas o mais ignorantes
possível sobre as forças raciais, sociais e políticas que fazem dos Estados
Unidos a nação mais punitiva do mundo", disse ao "New York
Times" Alexander. "Talvez temam que a verdade possa libertar esses
cativos."
O motivo das proibições, de fato, parece sempre
arbitrário. Enquanto a obra de Alexander entrou para as listas de censura,
livros de David Duke, um dos mentores do Ku Klux Klan, e "Minha
Luta", de Adolf Hitler, circulam em presídios americanos.
No Texas, onde 10 mil obras são vetadas, a situação
é ainda mais curiosa. Livros de arte são quase todos proibidos porque caem na
categoria de "imagens de sexo explícito" e até best-sellers como
"A Cor Púrpura" e clássicos como os sonetos de amor de William
Shakespeare não passam pelo crivo dos vigias.
"Eles barram até dicionários", diz Amy
Peterson, da Books Through Bars, ONG que envia cerca de 700 livros por mês a
presídios no país.
"Pedimos uma lista dos banidos, mas eles
nunca respondem. Não querem chamar a atenção para o fato de as restrições serem
aleatórias. Muitas vezes é o cara que cuida da correspondência que decide
sozinho o que vetar."
Em FolhaPress
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