É o que
garante tanto o ‘fôlego’ como a impunidade de tantos políticos, que deitam e
rolam na “coisa pública” e continuam mantendo os seus mandatos e fiéis os seus eleitores.
A velha mídia vendida!
Minas
é um bom exemplo, ou melhor, um exemplo acabado, do velho sistema que, espera-se
esteja indo para os anais da História, como mais uma excrescência republicana que
não vai deixar saudades. Espera-se!
"Você
já ouviu falar no FI? Não? FI é a sigla pela qual é conhecido o valor fixo que,
há décadas, o governo de Minas Gerais, mas também a Assembleia Legislativa, a
Prefeitura de Belo Horizonte e algumas prefeituras do interior pagam ao jornal Estado de Minas. Na última década, o FI foi
estendido a outros veículos de imprensa da capital mineira. Ele é uma espécie
de pagamento além da publicidade institucional e, desde a vitória de Fernando
Pimentel (PT) para o governo de Minas, a principal interrogação para alguns nos
meios jornalísticos e publicitários é se este tipo de pagamento terá
continuidade.
Como o
FI entrava nos veículos impressos? Ele se dava, principalmente, por meio do
patrocínio a cadernos especiais, mensais ou não, que tratavam do Terceiro
Setor, além de matérias pagas caracterizadas como informes publicitários
faturados via empresas estatais como Cemig, Copasa e Codemig.
Para
alguns, o FI é, na prática, uma proteção, um pedágio, que autoridades mineiras,
belorizontinas e de cidades do interior pagavam à imprensa para não serem
incomodadas com assuntos que pudessem lhes causar problemas ou desgastes junto
à opinião pública. A cobrança partiu da própria mídia e acabou
“institucionalizada”.
Não
falta nem mesmo os que asseguram que FI é, na realidade, uma corruptela do
vocábulo inglês fee, que significa taxa – não no
sentido de imposto, mas de gratificação, honorários ou propina. Afinal, imposto
não se aplica a uma situação assim, pois nas sociedades democráticas, apenas o
Estado está autorizado a cobrar impostos de pessoas, instituições e empresas.
Não é por acaso que, em algumas rodas de conversas, o comentário sobre a
cobertura que a imprensa mineira faz das administrações estaduais costuma ser:
“Melhor que o governo atual, só o próximo”.
Estima-se,
de acordo com fontes da área publicitária, que nos últimos 12 anos, os governos
tucanos pagaram ao jornal Estado
de Minas em
torno de R$ 4 milhões a título de FI. O jornal O Tempo recebia quatro vezes menos. Razão da briga da
empresa do ex-deputado tucano Vittorio Mediolli com o então governador Aécio
Neves, já que o dono deste jornal não entendia por que o EM
recebia mais. Uma “injustiça” devia acreditar, até porque O Tempo e a outra publicação do grupo, o tabloide
sensacionalista Super, são, inegavelmente, os de
maior tiragem e os mais lidos em Minas Gerais.
Empréstimos
e caixa-preta
Veículos
da mídia eletrônica na capital mineira também recebiam FI, mas este não era
contínuo. O pagamento acontecia apenas em circunstâncias especiais e os valores
praticados eram bem menores. Há quem garanta, por exemplo, que a Veja BH, publicação semanal da editora Abril voltada para
a agenda cultural, bares e algumas notícias locais, teria vindo para Minas para
alavancar o apoio à candidatura de Aécio Neves à presidência com o pagamento de
um FI que garantisse a manutenção da revista.
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