segunda-feira, 29 de junho de 2015

Você sabe o que é o “FI” mineiro? Então, é o imposto pago pelo Estado... Pode?


É o que garante tanto o ‘fôlego’ como a impunidade de tantos políticos, que deitam e rolam na “coisa pública” e continuam mantendo os seus mandatos e fiéis os seus eleitores. A velha mídia vendida!

Minas é um bom exemplo, ou melhor, um exemplo acabado, do velho sistema que, espera-se esteja indo para os anais da História, como mais uma excrescência republicana que não vai deixar saudades. Espera-se!

    "Você já ouviu falar no FI? Não? FI é a sigla pela qual é conhecido o valor fixo que, há décadas, o governo de Minas Gerais, mas também a Assembleia Legislativa, a Prefeitura de Belo Horizonte e algumas prefeituras do interior pagam ao jornal Estado de Minas. Na última década, o FI foi estendido a outros veículos de imprensa da capital mineira. Ele é uma espécie de pagamento além da publicidade institucional e, desde a vitória de Fernando Pimentel (PT) para o governo de Minas, a principal interrogação para alguns nos meios jornalísticos e publicitários é se este tipo de pagamento terá continuidade.

Como o FI entrava nos veículos impressos? Ele se dava, principalmente, por meio do patrocínio a cadernos especiais, mensais ou não, que tratavam do Terceiro Setor, além de matérias pagas caracterizadas como informes publicitários faturados via empresas estatais como Cemig, Copasa e Codemig.

Para alguns, o FI é, na prática, uma proteção, um pedágio, que autoridades mineiras, belorizontinas e de cidades do interior pagavam à imprensa para não serem incomodadas com assuntos que pudessem lhes causar problemas ou desgastes junto à opinião pública. A cobrança partiu da própria mídia e acabou “institucionalizada”.

Não falta nem mesmo os que asseguram que FI é, na realidade, uma corruptela do vocábulo inglês fee, que significa taxa – não no sentido de imposto, mas de gratificação, honorários ou propina. Afinal, imposto não se aplica a uma situação assim, pois nas sociedades democráticas, apenas o Estado está autorizado a cobrar impostos de pessoas, instituições e empresas. Não é por acaso que, em algumas rodas de conversas, o comentário sobre a cobertura que a imprensa mineira faz das administrações estaduais costuma ser: “Melhor que o governo atual, só o próximo”.

Estima-se, de acordo com fontes da área publicitária, que nos últimos 12 anos, os governos tucanos pagaram ao jornal Estado de Minas em torno de R$ 4 milhões a título de FI. O jornal O Tempo recebia quatro vezes menos. Razão da briga da empresa do ex-deputado tucano Vittorio Mediolli com o então governador Aécio Neves, já que o dono deste jornal não entendia por que o EM recebia mais. Uma “injustiça” devia acreditar, até porque O Tempo e a outra publicação do grupo, o tabloide sensacionalista Super, são, inegavelmente, os de maior tiragem e os mais lidos em Minas Gerais.

Empréstimos e caixa-preta

Veículos da mídia eletrônica na capital mineira também recebiam FI, mas este não era contínuo. O pagamento acontecia apenas em circunstâncias especiais e os valores praticados eram bem menores. Há quem garanta, por exemplo, que a Veja BH, publicação semanal da editora Abril voltada para a agenda cultural, bares e algumas notícias locais, teria vindo para Minas para alavancar o apoio à candidatura de Aécio Neves à presidência com o pagamento de um FI que garantisse a manutenção da revista.


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