Alguns dados sobre a trajetória do
“novo herói” da mídia, o Joaquim Barbosa, que podem ser úteis
ou importantes tanto aos seus fãs como àqueles que não concordam
com os seu atos frente ao julgamento da Ação Penal 470. Vale à
pena dar uma conferida! Afinal, informação é fundamental para a
formação de uma opinião isenta e equilibrada.
Caminho percorrido pelo herói da
mídia, com nuances e detalhes convenientemente ocultos, é uma
lembrança de que o STF necessita de reforma, urgente.
Estou em Londres há quatro anos
já, e existem algumas coisas no Brasil que agora, com a temporada
europeia, me chamam a atenção. Talvez no passado eu achasse tudo
normal.
Por fim, eu gostaria de arrematar esta breve exposição com umas poucas palavras sobre um personagem chave para toda e qualquer tentativa que se queira implementar no nosso país na esfera do Poder Judiciário. Falo da figura do juiz, esta figura tão esquecida, às vezes. É preciso reforçar a independência do Juiz. Afastá-lo desde o ingresso na carreira das múltiplas e nocivas influências que podem paulatinamente lhe minar a independência. Essas más influências podem se manifestar tanto a partir da própria hierarquia interna a que o jovem juiz se vê submetido, quanto dos laços políticos de que ele pode às vezes se tornar tributário na natural e humana busca por ascensão funcional e profissional. Nada justifica, a meu sentir, a pouco edificante busca de apoio para uma singela promoção do juiz do primeiro ao segundo grau de jurisdição. O juiz, bem como os membros de outras carreiras importantes do estado, deve saber de antemão quais são as suas reais perspectivas de progressão, e não buscar obtê-las por meio da aproximação ao poder político dominante no momento.
É uma frase diante da qual eu me inclinaria a dar um clássico clap, clap, clap. De pé.
Mas e quando você examina o caminho percorrido por Barbosa até chegar ao discurso triunfal?
Recapitulemos.
O acaso, em parte, lhe deu um abraço, registrado num livro de memórias de Frei Betto, grande amigo de Lula e figura influente em seu primeiro mandato. O nome do livro é Calendário do Poder.
“Fui lá tratar do meu retorno a São Paulo, após a posse presidencial”, revela um trecho do livro Calendário do Poder. Era 2002, e Frei Betto fora a uma agência da Varig em Brasília para comprar uma passagem de avião depois da posse de Lula. A fila era grande, e então ele pegou uma senha e procurou um lugar para sentar.
Palavras de Frei Betto, tiradas de Calendário do Poder:
“Instalei-me no primeiro banco vazio, ao lado de um cidadão negro que nunca vira.
- Você é o Frei Betto? – indagou-me.
Confirmei. Apresentou-se: Joaquim Barbosa… Trocamos ideias e, ao me despedir, levei dele o cartão e a boa impressão.
Para concluir…
Em março, Márcio Thomaz Bastos [então ministro da Justiça] indagou se eu conhecia um negro com perfil para ocupar vaga no STF. Lula pretendia nomear um para a suprema corte do país. Lembrei-me de Joaquim Barbosa”.
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