É, pelo visto o interino & corja perdeu qualquer
prurido que por ventura existisse quanto a assumir o golpezinho fajuto. Ou melhor,
perdeu a vergonha e resolve encarar de vez o dito cujo, inclusive em uma de
suas facetas mais emblemáticas: a
censura.
Este negócio, resquício, de democracia, onde cada um pode, pelo menos em tese, falar o que lhe
aprouver, inclusive “meter o pau” no arremedo
de governo que está detonando o país... Não é admissível!
Daí as universidades se arvorarem em cumprir sua condição
de autonomia, de estudo, pesquisa, de esclarecimento, de educação, aí é, mesmo,
que não pode.
Afinal, depois do exemplo da UNB, já são nove cursos em universidades pelo Brasil. O seu ministro
da educação, entre aspas, já está sendo orientado para acabar com esta
pouca vergonha.
Estudar o ‘golpe’,
onde já se viu!
“Temer quer calar as universidades
O governo, por meio do Ministério da Educação,
tenta impor a mordaça nas universidades, cerceando a liberdade de expressão de
professores e estudantes. Em uma ação clara de intimidação a Universidade de
Brasília por conta da disciplina "o golpe de 2016 e o futuro da democracia
no Brasil", oferecida no curso de graduação em Ciência Política. Temer
quer instituir a censura no ambiente acadêmico e tenta impedir o estudo da
história do país.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, parceiro
do golpe de Michel Temer, acionou órgãos de controle questionando a legalidade
da disciplina. Mais uma vez, Temer e seus aliados ferem a liberdade do país,
dessa vez na área mais importante de qualquer nação democrática: a Educação.
Uma ação que atinge a autonomia acadêmica de forma vergonhosa.
Calar uma universidade não vai esconder os nomes
dos responsáveis pela ruptura na democracia brasileira, em 2016, e nem esconder
a vergonha em seus currículos. A censura não vai conseguir apagar um fato
histórico na trajetória do Brasil.
A interferência nos remete aos tempos de ditadura,
quando, em 1967, uma comissão, formada no governo Costa e Silva para sugerir
soluções para a crise estudantil, elaborou o Relatório Meira Mattos, que
estabelecia que o caminho para a educação é a manutenção da hegemonia a partir
de desmobilização e de repressão à oposição do regime.
Quando uma universidade cria uma disciplina,
diga-se de passagem facultativa, para estudar, debater e discutir um evento
político do país e as suas consequências futuras, ela contribui para entender o
cenário contemporâneo em que nosso sistema político se encontra. Nada melhor
que o ambiente acadêmico, com tempo dedicado pelos estudantes para analisar o
período nebuloso que o Brasil viveu e que foi registrado em tempo real, com
nomes, fatos e tudo o que veio em seguida a mostrar o que estava por trás da
decisão de se arrancar uma presidenta eleita do seu cargo.
E, pelo jeito, Temer quer controlar a sala aula e
vendar os olhos de quem se atreve a tirar a cortina de fumaça do ataque à nossa
democracia e às nossas liberdades políticas.
A ofensiva de Temer contra a educação não é
novidade, desde que se apoderou do cargo de presidente tem articulado e
colocado em prática cortes nos orçamentos das universidades e institutos
federais. Para 2018, o orçamento está previsto em R$ 38,6 bilhões para a
Educação. Em 2014, a presidenta Dilma Rousseff destinou ao MEC, R$ 92,6
bilhões. Não por acaso, de 2003 a 2016, o país ganhou 18 universidades públicas
e saltou de 3,4 milhões para 8,1 milhões de vagas. Temer e seu ministro
Mendonça Filho também têm desmontado programas de ampliação do acesso ao ensino
por toda a população antes excluída das oportunidades de ter um diploma de
curso superior. Posso citar aqui exemplos como a diminuição no alcance do
ProUni, limitação no acesso ao Fies e a extinção do Programa Ciência Sem
Fronteiras. Atacou financeiramente e agora quer ferir de morte a autonomia do
ensino público.
Assim como os 50 bravos graduandos, que vão se
inscrever na disciplina para se tornarem agentes pensadores sobre o que
aconteceu no Brasil, nossa resistência será de não compactuar para que o
retrocesso avance em uma universidade como a UNB, símbolo do sonho do
antropólogo Darcy Ribeiro. Temos mecanismos, aqui na Câmara dos Deputados, para
tentar barrar esse absurdo, tanto na Comissão de Educação, como na Frente
Parlamentar Mista pela Valorização das Universidades Federais. Como parte dos
dois colegiados, nosso trabalho será de denunciar o ataque à liberdade e a
autonomia das universidades. Não vamos admitir censura na sala de aula e nem
que a Constituição Federal de 1988 seja violada. A UNB resistiu à ditadura e
agora vai resistir ao golpe de Temer.
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