quarta-feira, 5 de abril de 2017

‘Pagamento’ continua... Em 2 anos, repasses do governo para escola de Gilmar Mendes aumentam 1.766%

Falamos em “governo/ação entre amigos”, analisando o governo do aecio/psdb em Minas, aqui, mas, embora ele não tenha inventado a roda, os governos assim como esta panela que se apossou do poder com o golpe, vem se destacando, também, por esta característica.

Além da ‘ação entre amigos’, tem o “pagamento” dos apoios, entre aspas, o que inclui, e como, grandes grupos empresariais tanto nacionais como estrangeiros, que são recompensados, privilegiados, pagos, com a alienação do patrimônio público, da coisa pública, sem qualquer cerimônia, haja vista que a mídia associada fala abertamente, sem qualquer cerimônia como se normal, natural, fosse.

O Gilmar é um caso típico. Amigo/apoio de primeira hora, tendo sido guindado ao emprego privilegiado por um governo psdb/fhc, não nega o seu papel, ou a função para a qual foi indicado.

Logo, receber “uma gracinha” como esta do interino para sua empresa está dentro do “script”.

Financiando o golpe: Em 2 anos, repasses do governo para escola de Gilmar Mendes aumentam 1.766

Os repasses do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) para o IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), faculdade que tem o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes entre seus sócios, aumentaram 1.766% entre 2014 e 2016. No mesmo período, os recursos totais destinados ao Fies aumentaram 40%.

Em 2015, Mendes chegou a criticar o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT) por ter aumentado os recursos do programa em ano eleitoral. Procurada, a faculdade disse que apenas 11% de seus alunos são financiados pelo programa e que esse número vem caindo.

O Fies é um programa do Ministério da Educação que prevê o financiamento para estudantes do ensino superior que não tenham condições de pagar as mensalidades em faculdades privadas.

Os alunos que têm suas inscrições aceitas podem ter até 100% de seu curso pago pelo governo, que repassa esses recursos diretamente para as instituições de ensino. Os beneficiários e beneficiárias do programa têm um prazo de carência após o final do curso para começarem a reembolsar o governo.

O IDP foi fundado em 1998 e, segundo o cadastro de empresas da Receita Federal, Gilmar Mendes é um de seus sócios.

De acordo com dados do Portal da Transparência do governo federal, os repasses do Fies para o IDP saíram de R$75 mil em 2014 para R$1,4 milhão em 2016, um aumento de 1.766%.

O valor é pequeno se comparado ao volume total do programa. Em 2014, o Fies movimentou R$13,7 bilhões. Em 2016, esse valor foi de R$19,2 bilhões.

O que chama a atenção no caso do IDP é a velocidade do crescimento.

O grupo Anhanguera Educacional, um dos maiores participantes do programa, viu seus repasses aumentarem 13% entre 2014 e 2016.

Ministro criticou ampliação do Fies

Beneficiado pelo aumento no volume dos recursos recebidos por sua faculdade, Gilmar Mendes criticou a ampliação dos recursos destinados ao Fies em 2014, durante as eleições presidenciais.

Durante o julgamento de uma ação movida pelo PSB contra restrições de acesso ao Fies impostas pelo governo com base na nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em 2015, Gilmar Mendes atacou o governo e o aumento no volume destinado ao programa.

O governo queria limitar o acesso ao programa a candidatos que tivessem obtido uma nota mínima no Enem. Gilmar Mendes, ao contrário, defendia que a exigência de uma nota mínima representava uma mudança nas “regras do jogo”.

“Há essa elevação significativa de valores num ano. Veja, nós saímos de R$5 bilhões de gastos em 2013, vamos para R$12 bilhões em 2014 e aí se diz: ‘Não tem dinheiro’. Veja, isso tem nome”, disse Mendes à época.

Na ocasião, o STF manteve as restrições impostas pelo governo. Gilmar Mendes, que se posicionou contra, foi voto vencido.

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