A crise na mídia como um todo pode parecer
à primeira vista ser “só” consequência direta da crise econômica mundial e de sua contraparte local.
Entretanto,
é uma crise que vem na esteira da perda de relevância e credibilidade de uma mídia
associada a um projeto político anti-Brasil e antipovo que vem se locupletando
com o país desde sempre, como demonstram suas relações com sucessivos governos
desde a ditadura militar, e com realce recente, também, nos anos fhc/psdb de tão
triste memória, de venda – está bem mais para doação – e dilapidação da coisa
publica nacional.
Logo,
ela apenas colhe os resultados de suas opções – multimilionárias, diga-se de passagem
– em sua luta continuada contra governos que colocaram, colocam, os interesses do
país e do povo brasileiro como prioridade, o que é historicamente inédito.
Esta
onda de demissões em O Globo – caso específico
do artigo abaixo – é só um sintoma de uma “doença” que já a atinge como um todo
por todo o país e não só ao “sistema globo”.
Demissões em O Globo: a crise dos jornais que constroem crises
O Infoglobo está demitindo jornalistas,
hoje, em número ainda não conhecido, mas que deve passar de 30, cota do
último corte nas redações de O Globo, Extra e Expresso, há seis meses, quando
mandou para a rua 160 funcionários de diversos setores.
Ontem, alguns já receberam o “bilhete
azul”, entre eles o excelente Marceu Vieira, bom amigo a quem não vejo talvez
há uma década, um dos mais gentis profissionais com quem convivi.
Ao ler a informação no site Conexão Jornalismo, um dos comentários, de Cláudio
Cordovil, chamou-me tristemente a atenção:
“O que me parece mais triste e perverso é que O
Globo demandou destes profissionais que cavassem, lentamente, as covas nas
quais seriam enterrados, ao defenderem e representarem uma linha editorial que
contribuiu determinantemente para levar esse país à recessão como profecia
auto-cumprida.
Que possam aprender esta amarga lição para
reinventarem se sim como seres políticos, que não vão como plácidos cordeiros
para o forno crematório. A maior das reinvencoes, na terra do ‘Sim, Sinhô’ , é saber dizer não. É se unir como
categoria, e fugir de Sobibor, quando possível. (Nota do Tijolaço: um campo de extermínio
alemão, localizado na Polônia, onde aconteceu a única revolta relativamente
bem-sucedida de prisioneiros nazistas, onde algumas centenas deles
conseguiram escapar, embora a maioria tenha sido morta)
O problema é que é dificílimo fugir de Sobibor.
Bons salários são emolientes de consciências. Desejo sorte aos demitidos.
É que possam pensar na cova que sistematicamente cavaram a cada dia.
Alfabetização política eh necessária quando vamos ficando grandinhos.
O que me parece mais grave é ver que no Brasil
estão conseguindo destruir uma profissão altamente valorizada em países
verdadeiramente desenvolvidos. Agradeçam ao Aécio, e a Joaquim Barbosa, e a
Moro.”
A alternativa de outras mídias, como os
blogs que cresceram em audiência mas são cada vez mais malditos, vivendo
à míngua de publicidade – que jorra de cofres públicos e privados para os
jornalões – não existe, porque não temos como contratar colegas que nos
permitam ser maiores e melhores.
Vivemos, como se diz nas Alagoas de
meus avós paternos, “da mão para a boca”.
Somos “sujos”, “vira-latas” e o
pouquinho que a um ou outro se concede anunciar vira, pelas mãos de quem está
ou se acha bem aboletado numa grande redação, resultado de “favoritismos
políticos” que merecem, até, a fúria de gente mais que bem aquinhoada de
privilégios, como o Ministro Gilmar Mendes.
Ainda assim, somos solidários. E a derrocada
dos grandes jornais, caindo pelo abismo que cavaram com seus pés, deixa triste
quem ama o jornalismo, feito por jornalistas, ainda que controlado pelas
corporações.
No Tijolaço
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