“... e
FHC, que ainda respira com vigor, mas já não parece raciocinar...”. É uma frase de um
historiador psdbista. É, o Boris Fausto.
E pensar que ‘coisa’ assim deve ser admirado por
tanta gente (provavelmente não raciocina mais, como ele).
Decadência pouca é bobagem! Isso sem falar no
tamanho do ‘rabo de ilicitudes’ que anda sentado em cima, e que, Deus sabe
quando, vai surgir à tona para aos seus amáveis fãs vejam, e Justiça, é claro!
Dizem que esperança é a última que morre. Tanto em
ver o rabo do dito cujo exposto, como ver um fã seu abrir o olho depois disso,
já que leseira é coisa grave e não tem cura.
Boris Fausto é um historiador de verdade.
Digo isso em oposição a tipos como o professor
Villa, que se fantasia de historiador.
Em meus anos de Exame, contratamos Boris Fausto
para dar uma série de aulas para a redação sobre a história econômica
brasileira.
Foi um sucesso.
Com seu semblante de Humpty Dumpty, o personagem
folclórico britânico de cara de ovo, Boris Fausto é alguém que merece ser
ouvido quando se quer entender o Brasil.
Ele é simpatizante do PSDB, mas sabe separar sua
simpatia pessoal dos fatos ao fazer suas análises.
Nem Augusto Nunes, com sua monomania antipetista,
conseguiu estragar o programa.
Nunes, o Brad Pitt de Taquaritinga, tentou
naturalmente manipular Boris Fausto, mas aquela era uma tarefa muito acima das
suas possibilidades.
A parte mais interessante do programa foi quando
Boris Fausto analisou o seu PSDB do coração.
Ele disse que o partido não formou lideranças à
altura de Montoro e Covas, já mortos, e FHC, que ainda respira com vigor, mas
já não parece raciocinar.
Aécio, segundo ele, não conseguiu ser líder
nacional até aqui, e é difícil que consiga agora, quando já vai chegando aos
60.
Boris Fausto não citou Serra nem como liderança
passada e nem como liderança presente, e esta omissão provavelmente refletida
foi um ponto alto de sua análise.
Ele disse também uma coisa que certamente não foi
do agrado de Augusto Nunes.
O PSDB, afirmou Boris Fausto, deve se afastar
completamente das manifestações pró-golpe da “extrema direita” para ser fiel a
seu espírito “democrático”.
Não é, lamentavelmente, o que tem se visto.
FHC e Aécio promovem delirantemente um golpe que
faria o Brasil retroceder ao estágio de republiqueta.
Igualam-se, assim, a tipos como Kim Kataguiri, do
assim chamado Movimento Brasil Livre, e Marcello Reis, do Revoltados Online.
E, já que estamos no terreno da história,
igualam-se também a golpistas históricos como Carlos Lacerda, o Corvo da UDN.
A UDN, para os jovens pouco familiarizados,
desesperada por não conseguir o poder pelos votos, tramou o golpe de 1964.
A UDN queria que os militares varressem os líderes
políticos rivais e entregassem, depois, o poder para ela.
Era como se a UDN quisesse ganhar uma batalha
eleitoral pela via do WO – ausência de adversários.
Só que os militares tinham outros planos, e
preferiram ficar eles mesmos no poder, em vez de entregá-lo à UDN.
O PSDB, meio século depois, é a reprodução da UDN.
É, mais uma vez, a direita tentando chegar ao poder pelo tapetão, e não pela
democracia dos votos.
Não há mais tanques para colocar nas ruas, e nem
marines americanos na retaguarda, mas hoje existem outras maneiras de derrubar
alguém.
A UDN matou a democracia em 1964, e merecidamente
depois pagou o preço disso. Lacerda acabou cassado, depois de dizer que
Castello Branco era mais feio por dentro do que por fora, e morreu de desgosto.
O PSDB é, hoje, uma ameaça à democracia.
Não seria, se seus líderes ouvissem Boris Fausto.
Mas não ouvem, e é.
Por :
Paulo
Nogueira
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