quinta-feira, 12 de março de 2015

Parece que ainda existe esperança, e sensatez, jornalística por aí. Confira!


Encontrei no Twitter. Vale à pena dar uma olhada! Não conhecia, mas vê-se que ainda existe – e não são poucos, espera-se – jornalistas sensatos que, pelo visto não estão com o rabo entre as pernas de medo que os patrões lhes cacem o ganha pão, como parece ser o caso daqueles que trabalham nas globos, folhas, estadões e vejas da vida.

Espera-se que seja só a preocupação com o leite das crianças que os façam agir, e escrever, assim, como temos visto por aí, e que tenham preservado suas consciências profissionais, de cidadãos, e não se contaminado com a verve golpista de seus patrões bilionários e suas contas ilegais nos HSBC/Suíças.
"Moisés Mendes: "Os golpistas encabulados"
Na semana das passeatas, com o país dividido ao meio, sua escolha define suas afinidades.


11/03/2015 | 05h01

O Brasil não será o mesmo depois das passeatas desta semana. A primeira, do dia 13, anuncia-se como uma mobilização pela Petrobras e pelas conquistas sociais. A segunda, do dia 15, se propõe a combater a corrupção e, no que está subentendido, mas não fica claro, também pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O Brasil se divide ao meio de novo, mas algumas coisas devem ser melhor explicitadas. Nomes que refugam a tese do impeachment já mostraram a cara, sem volteios. Falo de reputações acima de partidos, como Bresser-Pereira, Ricardo Semler, Luis Fernando Verissimo, Leonardo Boff.

Mas quem, do outro lado, defende o impeachment, além de Bolsonaro e de militantes das redes sociais? Quem, entre intelectuais, jornalistas, articulistas conhecidos — entre os tais formadores de opinião — diz claramente que é pela interrupção do segundo mandato de Dilma?

Quem, sem subterfúgios, sem enrolação, sem atribuir pontos de vista aos outros, sem medo de correr riscos, sem a conversa fiada de que é contra tudo o que está aí, diz abertamente que defende o impeachment e a passeata do dia 15 pelo fim deste governo?

É difícil. Há, entre os articuladores do impeachment, um acovardamento que envergonharia os lacerdistas, seus ancestrais golpistas dos anos 50. É constrangedora a falta de desprendimento dos que deveriam dizer que não suportarão os quatro anos do segundo mandato e que o grande sonho do revanchismo é fazer o governo sangrar até o impeachment ou a renúncia de Dilma.

O golpe está apenas nas entrelinhas do discurso. Por isso, essa é uma semana para não esquecer. É agora que os indecisos, se é que existem, escolhem a sua passeata, ou ficam em casa vendo a banda passar.

Surge então aquele temor de que em algum momento, ou por um dia, ou para sempre você poderá estar, diante de uma questão essencial, alinhado a uma certa gente estranha. São os riscos das livres escolhas.

Posso estar errado, mas erro com convicção. Decidi seguir a turma dos já citados lá no começo, com os quais nunca teria grandes estranhamentos. 

Estou com Bresser-Pereira, Leonardo Boff, Luis Fernando Verissimo e Ricardo Semler. Não cheguei (e espero não chegar nunca) a uma situação extrema que me faça alinhado com o Bolsonaro.


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