Encontrei no Twitter. Vale
à pena dar uma olhada! Não conhecia, mas vê-se que ainda existe – e não são
poucos, espera-se – jornalistas sensatos que, pelo visto não estão com o rabo
entre as pernas de medo que os patrões lhes cacem o ganha pão, como parece ser
o caso daqueles que trabalham nas globos, folhas, estadões e vejas da vida.
Espera-se que seja só a preocupação
com o leite das crianças que os façam agir, e escrever, assim, como temos visto
por aí, e que tenham preservado suas consciências profissionais, de cidadãos, e
não se contaminado com a verve golpista de seus patrões bilionários e suas
contas ilegais nos HSBC/Suíças.
"Moisés Mendes: "Os golpistas encabulados"
Na semana das passeatas, com o país dividido ao
meio, sua escolha define suas afinidades.
por Moisés Mendes
11/03/2015 | 05h01
O Brasil não será o mesmo depois das passeatas desta semana. A primeira, do dia 13,
anuncia-se como uma mobilização pela Petrobras e pelas conquistas sociais. A
segunda, do dia 15, se propõe a combater a corrupção e, no que está
subentendido, mas não fica claro, também pedir o impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
O Brasil se divide ao meio de novo, mas algumas
coisas devem ser melhor explicitadas. Nomes que refugam a tese do impeachment
já mostraram a cara, sem volteios. Falo de reputações acima de partidos, como
Bresser-Pereira, Ricardo Semler, Luis Fernando Verissimo, Leonardo Boff.
Mas quem, do outro lado, defende o impeachment,
além de Bolsonaro e de militantes das redes sociais? Quem, entre intelectuais,
jornalistas, articulistas conhecidos — entre os tais formadores de opinião —
diz claramente que é pela interrupção do segundo mandato de Dilma?
Quem, sem subterfúgios, sem enrolação, sem atribuir
pontos de vista aos outros, sem medo de correr riscos, sem a conversa fiada de
que é contra tudo o que está aí, diz abertamente que defende o impeachment e a
passeata do dia 15 pelo fim deste governo?
É difícil. Há, entre os articuladores do
impeachment, um acovardamento que envergonharia os lacerdistas, seus ancestrais
golpistas dos anos 50. É constrangedora a falta de desprendimento dos que
deveriam dizer que não suportarão os quatro anos do segundo mandato e que o
grande sonho do revanchismo é fazer o governo sangrar até o impeachment ou a
renúncia de Dilma.
O golpe está apenas nas entrelinhas do discurso.
Por isso, essa é uma semana para não esquecer. É agora que os indecisos, se é
que existem, escolhem a sua passeata, ou ficam em casa vendo a banda passar.
Surge então aquele temor de que em algum momento,
ou por um dia, ou para sempre você poderá estar, diante de uma questão
essencial, alinhado a uma certa gente estranha. São os riscos das livres
escolhas.
Posso estar errado, mas erro com convicção. Decidi
seguir a turma dos já citados lá no começo, com os quais nunca teria grandes
estranhamentos.
Estou com Bresser-Pereira, Leonardo Boff, Luis
Fernando Verissimo e Ricardo Semler. Não cheguei (e espero não chegar nunca) a
uma situação extrema que me faça alinhado com o Bolsonaro.
No Zero Hora
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