quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Membro da equipe de Aécio Neves defende a privatização da universidade pública


Um fato interessante é que tem muita gente que se julga “superior”, que odeia o PT, mas que tem filho estudando no exterior em programas criados pelos governos do PT. Conheço alguns que fazem campanha aberta contra o PT, que viveram o governo FHC, o “multidoutor”, que é sabido não fez absolutamente nada pelo ensino no país, contava até em nomear o Di Gênio, dono do grupo Objetivo, para Ministro da Educação, e que burramente não percebem que o seu lindo sonho elitista do filho estudando em universidades renomadas no exterior – como conheço alguns – pode ir pro brejo com Aecim.
"Samuel Pessôa faz parte do conselho curador da equipe do presidenciável tucano e defende a taxação da graduação em universidade pública
Por Marcelo Hailer
Em artigo publicado na edição deste domingo (29) do jornal Folha de São Paulo, o colunista Samuel Pessôa defende a taxação dos cursos de graduação e, para tanto, faz uma comparação com o pedágio urbano, argumentando que “o pedágio urbano justifica-se por que um bem econômico público, as vias públicas, torna-se um bem econômico privado quando se congestiona. A natureza econômica das vias públicas altera-se de acordo com a intensidade do seu uso”.
Na sequência, ele faz a comparação entre o pedágio urbano e o ensino superior público, e afirma que a “atividade de pesquisa constitui um bem público, enquanto a atividade de ensino constitui um bem privado”. Ou seja, o articulista do jornal paulista se utiliza de “literatura econômica” para dizer que a pesquisa é um bem público, pois visa a um bem comum, um ganho à sociedade, assim como a via pública. Já a graduação trata-se de um “bem privado”, pois quando o profissional estiver graduado, seu bem será medido pela sua renda, dando a entender que o saber adquirido na universidade fica para ele. Mas, já que ele cita as pesquisas, fica o questionamento: as pessoas que se tornaram mestres e doutores não adquiriram um primeiro conhecimento na graduação?
Em seguida, o autor do texto cai em contradição ao dizer que a educação fundamental tem de ser pública, pois, quanto mais jovens alfabetizados, mais a sociedade ganha, já que a formação de base não necessariamente aumenta o ganho salarial, mas sim o social. “Faz todo sentido, portanto, que a educação básica seja gratuita e não faz sentido que a educação universitária seja gratuita”, sacramenta o articulista.
E sem papas na língua, ele defende que o “ensino universitário deve ser pago” e, àqueles alunos que não podem arcar com o ensino superior, o autor indica o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e nem sequer cita o Programa Universidade Para Todos (ProUni), que garante milhões de bolsas em instituições privadas anualmente sem que o aluno tenha que pagar posteriormente, como acontece com o primeiro.
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