quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Tássia Camargo vai processar internauta por criticar foto sua com Lula

Este episódio é emblemático. Tem muita gente que continua confundindo liberdade de expressão com algo que chega às raias da esculhambação e da ofensa – criminosa – pessoal.

Veja o que este cidadão seguidor da atriz no Twitter se julgou no direito de dizer: “Traidor, comunista, assassino do povo brasileiro com o roubo de mais de 2 trilhões de reais da saúde, educação e segurança. Pelo jeito tu também é da quadrilha dele. Tenha vergonha de você”.
Como vê, tudo isso como reação à imagem onde a atriz está com o ex-presidente Lula. Ele achou que estava exercitando a sua liberdade de expressão.

Um pressuposto básico da democracia é que, grosso modo, o limite de nossa liberdade é a do outro. E assim é também a liberdade de expressão. Você não tem o direito de soltar o verbo, extravasar as suas idiossincrasias ou seu suco biliar sobre qualquer pessoa que não goste ou que não concorde com suas ideias, opiniões e posturas.

Além da grosseria pura e simples, que não é raro na internet, existe uma grande ingenuidade que se expressa no desrespeito em acusar gravemente sem provas. Para quem ainda não se habituou a isso, é bom lembrar que a lei chama isso de crime e como tal é passível de julgamento e condenação, com ônus previsto em lei que, em caso de condenação ou a depender do caso, ou gravidade pode, no mínimo, provocar um “baque” nas finanças de quem acusou, ou melhor, abusou do que considerava a sua “liberdade de expressão”.

Poderíamos prescindir destes dispositivos legais se houvesse mais responsabilidades, bom senso e, por que não? Mais informações, o que não é o que se vê com regularidade na rede.

Logo, se quer fazer uma crítica mais pesada ou acusação, uma boa ideia é checar com mais cuidado suas fontes de informação, para não “dar com os burros n’água”.

Este processo da atriz Tássia Camargo não tem nada a ver com suas preferências e/ou opções ideológicas, políticas ou partidárias, e sim com os seus direitos como cidadã de escolher e expressar o que sente, acha – sem agredir ou ofender, diga-se de passagem – sem correr o risco de ser achincalhada de forma injusta, irresponsável e condenada por isso, pelas idiossincrasias de quem quer que seja.

Afinal, chamar alguém de bandido ou “quadrilheiro”, é preciso saber exatamente o que está dizendo e ciente das eventuais consequências de suas falas e atos. 

Esperamos que este episódio, sobretudo, se chegar à condenação, sirva como advertência ou exemplo para nós todos.

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