Este episódio é emblemático. Tem muita gente que continua
confundindo liberdade de expressão com algo que chega às raias da esculhambação
e da ofensa – criminosa – pessoal.
Veja o que este cidadão seguidor da atriz no Twitter
se julgou no direito de dizer: “Traidor,
comunista, assassino do povo brasileiro com o roubo de mais de 2 trilhões de
reais da saúde, educação e segurança. Pelo jeito tu também é da quadrilha dele.
Tenha vergonha de você”.
Como vê, tudo isso como reação à imagem onde a atriz
está com o ex-presidente Lula. Ele achou que estava exercitando a sua liberdade
de expressão.
Um pressuposto básico da democracia é que, grosso
modo, o limite de nossa liberdade é a do outro. E assim é também a liberdade de
expressão. Você não tem o direito de soltar o verbo, extravasar as suas
idiossincrasias ou seu suco biliar sobre qualquer pessoa que não goste ou que não
concorde com suas ideias, opiniões e posturas.
Além da grosseria pura e simples, que não é raro na
internet, existe uma grande ingenuidade que se expressa no desrespeito em
acusar gravemente sem provas. Para quem ainda não se habituou a isso, é bom
lembrar que a lei chama isso de crime e como tal é passível de julgamento e
condenação, com ônus previsto em lei que, em caso de condenação ou a depender
do caso, ou gravidade pode, no mínimo, provocar um “baque” nas finanças de quem
acusou, ou melhor, abusou do que considerava a sua “liberdade de expressão”.
Poderíamos prescindir destes dispositivos legais se
houvesse mais responsabilidades, bom senso e, por que não? Mais informações, o que
não é o que se vê com regularidade na rede.
Logo, se quer fazer uma crítica mais pesada ou
acusação, uma boa ideia é checar com mais cuidado suas fontes de informação, para
não “dar com os burros n’água”.
Este processo da atriz Tássia Camargo não tem nada a
ver com suas preferências e/ou opções ideológicas, políticas ou partidárias, e
sim com os seus direitos como cidadã de escolher e expressar o que sente, acha –
sem agredir ou ofender, diga-se de passagem – sem correr o risco de ser achincalhada
de forma injusta, irresponsável e condenada por isso, pelas idiossincrasias de quem
quer que seja.
Afinal, chamar alguém de bandido ou “quadrilheiro”,
é preciso saber exatamente o que está dizendo e ciente das eventuais
consequências de suas falas e atos.
Esperamos que este episódio, sobretudo, se chegar à
condenação, sirva como advertência ou exemplo para nós todos.
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