segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Porque alguns insistem em “descer o pau” no Mantega e Dilma

Nos jornalões todos atacam o ministro da Fazenda Guido Mantega. Isso quando o Brasil vive praticamente o pleno emprego, com inflação dentro na meta, a relação Dívida/PIB caiu para 35%, e os juros estão em baixa. Em função da crise internacional que impactou exportações e investimentos, o crescimento do PIB foi menor do que o desejado. Mas nada assustador, já que os outros números da economia continuam prá lá de bons, sobretudo para empreendedores de verdade, já que o câmbio está em nível satisfatório para exportar, e os juros diminuíram, desonerando os encargos financeiros na produção.

De onde menos se espera vem uma explicação para a ira dos jornalões (ainda que sem querer). O colunista do Estadão, José Roberto de Toledo, escreveu um artigo dizendo que o dinheiro está mudando de mãos, e os perdedores choram para ver se mamam ou se entrincheiram na oposição. Eis os principais trechos:

O dinheiro está trocando de mãos como raramente ocorreu. No Brasil e no exterior, o rentismo deixou de ser uma opção para multiplicar o patrimônio. Ao contrário, nos países desenvolvidos a remuneração do capital financeiro é negativa. Quem vive de renda fica mais pobre. O jeito de fazer o dinheiro dar cria é investir em novos e velhos negócios, ou seja, arriscar.
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Alguns novos negócios vão dar certo, mas muitos vão dar errado.
E o dinheiro vai trocar de mãos ainda mais rapidamente. Tudo isso provoca desconforto. Rompe estruturas seculares...
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Com juro baixo ou negativo, é mais fácil ter dívida do que patrimônio. No Brasil, esse rearranjo provoca dores de parto e reações proporcionais às perdas.
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O intervencionismo pontual do estado (...) Beneficiários e prejudicados não são produzidos apenas pela aleatoriedade do mercado, mas pela caneta da burocracia. A grita aumenta (...) por ficar claro aos atores econômicos que
quem não chora não mama.
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No meio desse vendaval, alguns setores têm dose extra de drama.
Estão sendo batidos pela revolução digital e experimentam a rápida agonia de suas fontes tradicionais de faturamento. Para esses setores, à perda das receitas financeiras soma-se o risco de perda do próprio negócio....
Em novembro, o índice de confiança do consumidor alcançou seu patamar mais alto nos dois anos de governo Dilma Rousseff. Os confiantes acham que sua renda aumentou e vai continuar aumentando, não temem perder o emprego e planejam consumir mais.
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Os empresários do setor de serviços também estão mais confiantes do que nos meses anteriores, segundo a FGV. Entre eles, não por coincidência, destacam-se os prestadores de serviços para as famílias. Servidores e servidos têm a mesma percepção.
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Entre os empresários da indústria, a confiança cresceu pouco no mês passado (...) A confiança é 13 pontos maior no setor farmacêutico do que no de manutenção e reparação. É 10 pontos mais alta na indústria de limpeza do que na de extração mineral.
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Quando há reacomodação traumática do dinheiro, a política é um canal de desafogo. Perdedores vão tentar cavar compensações com o governo ou se entrincheirar junto à oposição. As tensões aumentam, a corda estica. Posições se radicalizam e adversários se distanciam. Nesse cenário, as visões se estreitam e é mais difícil encontrar um campo comum. Diminuem os consensos e aumentam os conflitos. É o cenário para 2014.
Meio sem querer, pois o colunista foi genérico, sem especificar setores, Toledo acertou na mosca. Banqueiros estão desconfortáveis com a perda dos juros altos e dos investimentos na Privataria Tucana, após Dilma forçar a conta de luz ficar mais barata. Os jornalões estão em decadência, batidos pela revolução digital. Ambos os setores se entrincheiram na oposição, já que não mamam. (Do Amigos do Presidente Lula)

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