A ideia é garantir um documento básico final que possa ser apreciado ou discutido pelos líderes mundiais, 115 chefes de Estado que estarão presentes nos dias 20 a 22, garantindo assim o sucesso da conferência. A controvérsia básica passa pelo "não" reconhecimento de responsabilidades pelos países desenvolvidos no que se refere a financiamentos e transferências de tecnologias limpas, para garantir as metas propostas.
No comando da Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade (Rio+20) que assumirá no final da noite de hoje (15), o Brasil pretende estabelecer uma nova ordem de trabalho para as delegações dos 193 países representados nas reuniões.
O objetivo é fechar o documento final até o dia 19 para evitar constrangimentos aos 115 chefes de Estado e de Governo, nos próximos dias 20 a 22.
A estratégia brasileira é esgotar as negociações em busca de consenso até as 23h de hoje. Se a tática não der certo, como tudo indica, segundo os negociadores, foi definido um plano B. A ideia é que os grupos trabalhem, a partir do fim de semana, debruçados sobre os temas-chave que não obtiverem consenso.
Inicialmente, estão programados quatro grandes grupos de trabalho: o que tratará dos meios de implementação, que são as definições de metas para curto, médio e longo prazo; o que vai discriminar as ações para a governança global; o que vai definir as metas relativas ao desenvolvimento sustentável em si, como água e energia, além das propostas relativas à economia verde.
O Brasil deve assumir a Presidência da Rio+20, logo depois do
encerramento oficial das reuniões dos comitês preparatórios. Comandarão
as negociações os atuais embaixadores André Corrêa do Lago, chefe da
delegação brasileira na conferência, e o secretário executivo da
delegação brasileira, Luiz Alberto Figueiredo Machado. O comando-geral
ficará a cargo do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
A
partir do dia 20 até o dia 22, a presidenta Dilma Rousseff assume o
comando nas reuniões plenárias. Paralelamente, os negociadores
intensificam as articulações para que o menor número possível de
controvérsias seja encaminhado aos líderes políticos nas reuniões de
alto nível.
No entanto, os obstáculos vêm se acumulando
ao longo do dia. As questões relativas às definições de metas, como
compromissos formais no que se refere ao desenvolvimento sustentável,
garantias de recursos para a execução das propostas e meios de assegurar
transferência de tecnologias limpas dominam os debates.
Os
países em desenvolvimento que integram o grupo do G77 divergem dos
países desenvolvidos sobre a questão da economia verde. Para o G77, a
proposta que predomina, que é a europeia, de fixar um programa mundial
com normas e regras sobre a economia verde, não atende aos interesses
dos países pobres.
Paralelamente, os negociadores dos
países ricos se recusam a aceitar propostas que visam ao aumento de
recursos financeiros destinados ao crescimento sustentável. O argumento
apresentado por eles é que os impactos da crise econômica internacional
os impedem de avançar sobre os temas relacionados a mais recursos.
Também há restrições no que se refere à proposta de transferência de
tecnologias limpas – que envolvem negociações sobre patentes. (Agência Brasil)
sábado, 16 de junho de 2012
Brasil assume o comando das negociações na Rio+20
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Brasil assume o comando das negociações na Rio+20
Publié par Paulo Athayde à 06:30
Libellés : Cenário Internacional, CuidandodoPlaneta, MeioAmbiente, Política Internacional
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