sexta-feira, 2 de março de 2012

Grande demais para ir para a cadeia

É um lugar comum, a crença segundo a qual a corrupção e a impunidade seriam “qualidades” típicas de países subdesenvolvidos ou, pelo menos, não desenvolvidos, como se o desenvolvimento econômico de um país trouxesse implícita uma vacina contra estas práticas tidas como atrasadas e pobres. Não é o que vemos neste artigo sobre as relações entre as grandes corporações financeiras e o governo e a justiça nos EUA.
Um dos princípios fundamentais de um sistema judicial é o seguinte: não minta para um juiz nem falsifique documentos apresentados a um tribunal ou você irá para a cadeia. Descumprir um juramento de dizer a verdade é perjúrio e mentir em documentos oficiais é, a um só tempo, perjúrio e fraude. São transgressões criminais graves, a não ser que você esteja no coração do sistema financeiro americano. Ao contrário, figuras importantíssimas parecem ser bem recompensadas por seus crimes.

Como argumentou Dennis Kelleher, da Better Markets, o recente acordo a que chegaram os processos envolvendo as denominadas "assinaturas robotizadas" - em que cinco grandes bancos "aceitaram" firmar acordos para pôr fim à responsabilidade legal a que estavam sujeitos devido a sua prática de retomada fraudulenta de imóveis financiados - é uma rendição total ao setor financeiro.

Em primeiro lugar, não fora formulada nenhuma acusação penal grave - o que significa que ninguém será acusado de crime e ninguém irá para a cadeia. Em termos de afetar os incentivos que balizam as ações de executivos, isso é a única coisa que importa. (...)

O governo Obama acaba de fazer todo mundo de otário - exceto os banqueiros.

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