sábado, 4 de fevereiro de 2012

A sacola plástica não é o "vilão" a ser combatido

O acordo feito entre o governo e a APAS - Associação Paulista de Supermercados para não mais fornecer sacolas plásticas aos clientes em suas compras, parece vir ao encontro das medidas no sentido da sustentabilidade e de preocupações com o meio ambiente. 

Digo parece, porque se analisarmos mais detidamente não parece lá estas coisas em sustentabilidade e preocupações com o meio ambiente, assim.

Apesar dos problemas ambientais gerados pelo excesso de sacolas plásticas, acredito que elas acabarão por serem substituídas por plásticos – sacolas, mesmo – compradas ou saquinhos de lixo que quase desapareceram do mercado em função do uso das sacolas.

Elas não iam simplesmente para o lixo, assim, como lixo. A venda dos tais sacos de lixo que despencaram com o hábito de se utilizar as sacolas para acondicioná-los, vai, como disse acima, voltar a todo vapor e seu destino, na mesma proporção, será os aterros sanitários e lixões.

Ou seja, o que vai acontecer é que, como ninguém vai voltar aos velhos latões de lixo doméstico, os lixões e /ou aterros sanitários vão continuar recebendo “zilhões” de sacos plásticos de todo tipo e, mais uma vez, só quem não leva nada nessa são os de sempre: o consumidor e o meio ambiente.

O uso das sacolas ecológicas ou “ecobags” é uma boa ideia que já vimos utilizando há muito tempo e vemos muitas pessoas utilizando. Entretanto, nem tudo dá para colocar em uma sacola “retornável”, tudo misturado.

O correto, mesmo, seria a obrigação dos supermercados fornecerem as tais sacolas biodegradáveis ou voltarem a utilizar os sacos de papel como no passado, que não agride o meio ambiente e é reciclável, o que é adotado em muitos países.

Acho que quem agradece são os supermercados que contabilizam o preço das sacolas que já estava embutido nos preços e os fabricantes de “sacos de lixo” e outros que terão a demanda aumentada com as novas regras.

Acaba por começarmos a desconfiar que esta jogada é típica do sistema capitalista que fatura sempre, mesmo em cima das ideias ou ideais mais bem intencionados.[metanoverde]

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