domingo, 11 de setembro de 2011

Voto distrital ou o governo da minoria

Em meio às intermináveis discussões sobre a reforma eleitoral, um ponto polêmico dentre tantos, é o modelo de sistema eleitoral a ser adotado. O voto distrital que é defendido por muitos e, inclusive foi matéria de capa da Veja que, pelo visto, resolveu defendê-lo, seria, na realidade, um retrocesso, pois, reduziria a representatividade do eleitor e criaria uma anomalia que existe em muitos países onde a minoria leva e governa.

Quem defende o voto distrital no Brasil defende a exclusão da representação de grande parcela de nosso eleitorado. O voto distrital é clamorosamente excludente. Essa exclusão é a mesma coisa que bipartidarismo. Todos os países que adotam o sistema eleitoral distrital tornam-se países governados por apenas dois partidos que se revezam no poder por meio de maiorias esmagadoras. Ninguém em sã consciência admitirá que a Grã-Bretanha, em toda sua complexidade social e demográfica, seja representada apenas por dois partidos. O mesmo vale para os Estados Unidos. Se esses dois países mudassem seu sistema eleitoral, trocando o voto distrital pelo voto proporcional, eles se tornariam, já nas primeiras eleições legislativas com o novo sistema, países multipartidários. O voto distrital é idêntico a uma camisa de força que limita os movimentos da representação.

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