segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Depois de negar encontro com o interino/temer, Papa recebe presidente do Equador e critica situação na Amazônia

Quando o Papa Francisco recusou convite do interino para visitar o Brasil, alegando compromisso, mas salientando a situação no país, enfatizou “o preço mais amargo e dilacerante que é pago pelos pobres”, em uma critica aberta aos “recursos administrativos” usados pelo golpe.

Em função disso o interino jamais teria a coragem de fazer o que este presidente do Equador está fazendo, uma visita pessoal/oficial ao Vaticano.

Com certeza ouviria tudo o que o Papa tem dito a respeito do país – e não só nessa ocasião da resposta ao convite – à viva voz, no “face-to-face”.

A preocupação do Papa Francisco com a Amazônia é patente e está na contramão do que vemos por aqui patrocinado pelo golpe. Coisas tipo liberação da exploração total da região e, é claro, por grandes multinacionais mineradoras internacionais que, inclusive patrocinaram o golpezinho contando com estas gracinhas...

Em função disso, já está agendado para outubro de 2019, um Sínodo Especial dedicado à Amazônia, patrocinado pelo Vaticano.  
“Papa fala com presidente do Equador sobre Amazônia e corrupção
O papa Francisco recebeu neste sábado pela primeira vez no Vaticano o presidente do Equador, Lenín Moreno, em uma audiência em que falaram sobre a defesa da Amazônia e a corrupção.

"Foram abordados alguns temas de interesse comum como o respeito pelos povos indígenas e sua cultura, assim como a proteção do meio ambiente", indicou a Santa Sé em um comunicado.

O meio ambiente é um tema muito sensível para o Papa, que convocou para outubro de 2019 um sínodo (reunião de bispos) especial dedicado à Amazônia.
Ao término do encontro, o chamado "papa ecológico" presenteou Moreno com sua encíclica "Laudato Si", de 2015, um documento-chave de seu pontificado.

"Isto é sobre o cuidado do ambiente. Sobre o que falamos sobre o Amazonas", afirmou sua santidade aos jornalistas presentes.

A primeira viagem de Moreno à Europa coincide com o anúncio da justiça equatoriana sobre a condenação em primeira instância a seis anos de prisão do vice-presidente Jorge Glas, por ter recebido 13,5 milhões de dólares em propinas da empreiteira brasileira Odebrecht.

O escândalo envolvendo a Odebrecht sacudiu os círculos do poder e a política de quase todos os países da região e não se descarta que em função disso ainda possam ser cortadas muitas cabeças.

Na viagem, Moreno ainda recebeu oficialmente dos Museus Vaticanos uma "tzanza", o pequeno crânio de um guerreiro da tribo amazônica Shuar, que fazia parte da coleção do museu.

A devolução de uma peça é algo raro para a instituição, que tem uma das maiores coleções de arte e arqueologia do mundo. A "tzanza" nunca foi exposta.

As negociações entre delegados do Vaticano, representantes do setor etnográfico e o atual ministro de Cultura e Patrimônio do Equador, Raúl Pérez Torre, começaram em agosto passado, em Quito.

A peça será entregue ao Museu Etnográfico de Pumapongo, na cidade equatoriana de Cuenca (sul).

Por Kelly Velasquez

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