quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Esfregava a pele no banho para "limpar" a cor. Luciana de 4 anos, vítima de racismo na escola


É uma luta sem quartel que deve ser empreendida por todos, já que não dá para construirmos um país justo para todos se coisas assim funcionam como pressupostos para nossos contatos e relações no cotidiano.

É um cacoete mental, social, que deve dormitar nos corações e mentes de muitos, mesmo que não andem por aí exercitando esse primitivismo a torto e direto, mas que se insinua sutilmente em ações e atitudes simples, muitas vezes trasvestidas de outras coisas.

Temos que ficar atentos e não endossar qualquer ação nesse sentido, por mais sutil que seja, em nossas relações pessoais, familiares e profissionais.

Não dá pra deixar passar batido! 

É como diz a campanha: Racismo não é uma questão de ponto de vista ou de liberdade de expressão, é crime, mesmo!
"Menina vítima de racismo aos 4 anos “se esfregava no banho”, diz mãe
"Ela se esfregava no banho porque achava que a cor ia sair", diz mãe de menina vítima de racismo aos 4 anos. Criança ouviu de colegas da escola que sua cor é de "gente suja" e o cabelo é "ninho de bicho".

A assistente sênior Gabriela Gaabe é mãe de Lorena, uma menina de cinco anos. Antes de completar quatro anos a criança sofreu, pela primeira vez, racismo. Naquele dia, a mãe chegou do trabalho, a filha olhou para ela e disse que não queria mais ser negra.

A mãe ficou surpresa e tentou entender o que tinha acontecido naquele dia. A resposta foi que o ato racista tinha acontecido dentro da escola e partido das outras crianças que estudavam com a menina. Quando a Gabriela perguntou para Lorena o que tinham dito para ela, veio o relato: “Falam que minha cor é de gente suja e que meu cabelo é de ninho de bicho”.

Gabriela conversou com a filha e ligou para a escola. Quando falou com o diretor da instituição, a resposta que recebeu dele foi que aquilo “não era coisa da escola, que ele duvidava que as crianças estavam falando aquilo e que isso poderia estar vindo de dentro de casa”.

 “Eu falei que não. Não existe preconceito dentro da minha casa. Achei agressivo da parte dele falar que o preconceito vinha de dentro da minha casa”.

A mãe de Lorena diz que aquele foi o primeiro contato da filha com o problema do racismo e que foi, também, a primeira vez que ela tinha presenciado algo do tipo com a filha dela.

“Ela se esfregava no banho porque achava que a cor ia sair”.

Para ajudar a filha a superar o trauma e fazer com que ela fosse forte para conseguir encarar outros momentos como esse, a mãe começou a trabalhar a autoestima da menina, buscando a representatividade. Ela mostra para a filha mulheres negras importantes, para que ela possa se ver representada em outras pessoas de sucesso.

“Uma vez ela me perguntou porque não tinha princesa negra e atriz negra em peça para criança”.

Gabriela sempre frequentou peças de teatro com a filha. Mesmo proporcionando momentos culturais para a criança, ela não se reconhecia nos personagens.

Pensando nisso, a mãe resolveu, aos 28 anos, começar a estudar artes cênicas.
“Entrei no teatro pela minha filha e por outras crianças que precisam ter essa visibilidade. Quero mostrar para ela que existe princesa negra e que ela pode ser o que ela quiser”, contou Gabriela.


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