domingo, 2 de agosto de 2015

Antipartidarismo: uma ideologia fascista. É o que se prega nas manifestações antigoverno

Os partidos políticos ilustram a própria contradição dos processos políticos inerentes ao próprio rito democrático. É desse embate que se organiza um governo e consequentemente uma sociedade democrática, com o saudável embate das ideias e a luta pelo poder. Tudo na mais perfeita legalidade e/ou observância das regras e princípios. 

Fora disso é a ditadura, é o mais deslavado fascismo, que, frequentemente, vem travestido de democracia, o que costuma enganar os mais incautos e desinformados. Bem como aos arrivistas de plantão.


     "Antipartidarismo: uma ideologia fascista

A rejeição aos partidos tem sido um dos principais pontos de propaganda da direita que foi às ruas pelo impeachment de Dilma Rousseff. Apoiados na campanha da imprensa capitalista, que faz fala contra o fundo partidário, que diz que o Brasil tem muitos partidos etc., sentem-se à vontade para pregar ideias que são típicas do fascismo.

A organização política em partidos é indispensável para quem quer travar uma luta política. A burguesia se organiza em partidos para controlar o Estado e a classe operária, para travar sua luta contra a classe operária. Lênin definiu a luta entre partidos como a forma mais acabada de luta política entre as classes.

O fascismo quer suprimir a luta de classes, forçando uma colaboração de classes pela eliminação de todo tipo de organização própria da classe operária. Daí que seja ferozmente contra esse tipo de organização que é a maneira “mais acabada de luta política entre as classes”.

Em junho de 2013, os “coxinhas” procuraram dominar as manifestações, quando viram que não seria possível derrota-las pela repressão policial, e sua principal palavra de ordem era “sem partido” e “abaixa a bandeira”, no que tiveram adesão de alguns setores anarquistas que não conseguiram perceber o que estava em jogo. Essas palavras de ordem se desenvolveram posteriormente nas manifestações organizadas pela direita pelo impeachment de Dilma Rousseff para “meu partido é meu país”.

Esses slogans evidenciam o caráter fascistóide dessas manifestações.

Os movimentos fascistas são todos antipartidários, o que normalmente fica oculto pelo fato de que os que foram vitoriosos se integraram à máquina estatal na forma partidária. Mas eles nascem sempre como movimentos desvinculados da ideia de partido, como era o caso dos “feixes italianos de combate”, criados por Benito Mussolini e no Brasil, da Ação Integralista Brasileira.

As novas organizações fascistas também têm esse caráter, embora procurem adotar nomes ainda mais suaves, menos “de combate”, como a italiana Casa Pound, a grega Aurora Dourada ou a francesa Acqua Marine.

O fascismo é profundamente antiparlamentar, o que explica também porque era natural que as manifestações pelo impeachment de Dilma pedissem a intervenção militar como solução.

Recentemente, outro fato evidenciou o caráter dos “antipartidários”. O primeiro-ministro tailandês, o general Prayut Chan-o-cha, que assumiu após um golpe militar naquele país, declarou à imprensa que nenhum político partidário faria parte de seu gabinete e defendeu a composição militar do seu governo.

Os que fazem coro com a campanha contra os partidos, conscientemente ou não, fazem coro com os que querem suprimir pela força as contradições do regime político, o que só pode ser feito por meio de uma ditadura de caráter fascista.

No pco

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